Hoje eu acordei com muita saudade de
uma casa que eu morei ainda muito jovem com minha família, tive meu primeiro
namorado de adolescência, terminou, na época meu marido já conhecia minha
família e demonstrava ter interesse por mim. Namorei, casei, meu primeiro filho
nasceu, fiquei grávida de Clarissa morando nesta casa também. Hoje, eu ao
acordar, ao abrir os olhos, senti quase uma necessidade de reviver aqueles
momentos únicos da minha existência. Havia dificuldade? Havia. Havia
contratempos? Havia. Mas eu nunca precisei tomar qualquer medicamento que fosse
para me estabilizar. Era como se eu entre as paredes daquela casa eu pudesse
ter a proteção que eu tinha. Na rua pau d’arco, apipucos todos me conheciam.
Conheciam muito bem meus pais, meus irmãos e nós conhecíamos bem também os que
nos cercavam.
Quando minha família foi morar em
Natal RN, porque papai, minha irmã, por motivo de força maior, se mudaram para
lá, Valmar foi transferido para João Pessoa, e lá fomos nós com duas crianças
para um lugar que eu não conhecia ninguém e ele viajava o tempo todo. A minha condição naquela rua que fui morar
com as minhas duas crianças, naquela casa de muros altos, eu muito jovem, só me
viam aos fins de semana quando Valmar chegava de viajem e nos levava para
passeiar. Meus filhos eram crianças maravilhosas porque
embora fossem muito pequenos eles se adaptavam aquelas mudanças que para mim,
eram literalmente insuportável. Interessante é que os vizinhos começaram a se
importar comigo e a campainha de vez em quando tocava com alguém perguntando se
eu precisava de alguma coisa. Conheci pessoas maravilhosas, benditas na
expressão da palavra. Adoeci pela mudança brusca de vida, pela responsabilidade
de nesse período criar meus filhos só. Quem me conheceu naquela época entendiam
que, o que eu desejava para meus filhos era mais que cuidar, amar e como esse
amor doía entre minhas preocupações e o que envolvia o futuro deles. Não falo
do futuro material. Fiquei muito doente, tomei muitos remédios para me
recuperar. Eu gostaria que meus filhos tivessem a noção e entendessem que minha
cabeça sempre foi e é boa para tomar decisões, resolver assuntos, mais eu era
frágil ao mesmo tempo. E é aí que eu acho que eles não entenderam ou não
entendem bem. Conheci pessoas totalmente diferentes de mim, formação totalmente
diferente da minha, que me procuraram para serem meus amigos. É por isso que
sempre digo, nunca estive só.
Passaram-se 6 anos, e voltamos
para Recife, meu Deus, foi a melhor coisa que me aconteceu naquela época.
Voltei para minha casa, rua pau d’arco, eu podia ver meus filhos brincando na
rua que tantas vezes eu brinquei, isso no momento era o que poderia me fazer
feliz. Não precisei tomar medicamentos, passei a não precisar. Valmar não viajava
tanto e eu me sentia segura naquela simples casa na rua pau d’arco pertinho do
açude de apipucos. Não tenho medo de dizer, que tanto na primeira faze como na
segunda faze, que morei nessa casa foram
os melhores dias da minha vida, naquela casa simples onde em tudo tinha as mãos
dos meus pais. Mesmo depois desse tempo que passei em João Pessoa, quando
voltei ainda estava lá o pé de rosedá que mamãe havia plantado. O perfume dele
exalava até dentro de casa quando ele estava florido.
Onde estão todos? O pé de
rosedá, meus filhos? Hoje acordei com muita saudade, saudade palavra esta que
encontro no nosso vocabulário para expressar o que estou sentindo agora.
(1a fase) Eu em frente da casa, grávida do primeiro filhoMeu primeiro e segundo amores no terraço da casa.
Meu pequeno, tão lindo no tanque. Banho feliz!
Meus pequenos, tão fofos na sala da casa depois de dormirem à tarde.
Os fofos na sala da casa numa tarde de fotos.
Mamãe fazendo roupas para a Barbie.
Papai com com minha filha no colo, na casa que eu tanto gostava!
Eu gostaria de escrever para deixar claro que sou consciente que esses momentos,embora saudosos,não me deixam esquecer que cada momento de nossas vidas têm um brilho difererente, uma realidade diferente, que vai nos ensinando e devemos aproveitar e aprender com anossa história. Só existe um porém, como dizia minha mãe, o que não é tão bom, é que a idade passa e começa um novo ciclo. Só agora estou vendo isto com clareza.
CLARA3AMORES
Clarinha sei que um dia você vai se enxergar como você realmente é: repleta. Repleta de tudo que você é capaz de ser em sua plenitude. Você tem uma personalidade INCRÍVEL, e triste de quem sentir inveja de você, pois você não deve ser invejada, e sim admirada. Sabe aquela antiga frase: "Vá se enxergar"? Tô dizendo isso pra VOCÊ "SE ENXERGUE, AMIGA!", não com os olhos da maldita autocrítica destruidora, mas com os olhos do AMOR, que enxergam tão bem outros, mas que se recusam a olhar pra si própria. Você não é especial por ser diferente. Você é especial simplesmente por ser você – com sua inteligência, sensibilidade, seus desejos, seu mau humor, sua tristeza, suas necessidades, sua alegria, sua dor, seu sorriso, sua bondade... enfim, amiga... VOCÊ É VOCÊ! Por enquanto só vejo uma parte do nome de seu blog impresso em quase tudo que você escreve: VERDADES. Mas sei que um dia a 2ª parte vai se tornar explícita em suas memoráveis reminiscências: a ACEITAÇÃO. Temos tempo.
ResponderExcluirMUITO BOM! DEUS QUEIRA QUE EU TENHA TEMPO. EU DIGO QUE É UNS DOS MAIORES CONFRONTO SÃO AS VERDADES E AS ACEITAÇÕES.
ResponderExcluirMUITO OBRIGADA PELO COMENTÁRIO, VALEU! CLARA3AMORES.