Estas duas ilustrações parecem que não tem nada a ver, mas comigo tem.
Acreditar no riso e nas lágrimas me faz
poder entender e aceitar que nossos dias são inesperadamente imprevisíveis.
Nunca escondi que chorar faz parte de mim, assim como sorrir sem hipocrisia.
Também não tento implodir nem sufocar minhas lágrimas nem meu riso, e acredito
que ninguém poderá me reprimir se sabem que de alguma forma contribuem tanto
para as lágrimas, tanto para o riso. Assim como tenho aprendido, tenho tentado
me preparar para momentos determinantes. Esse só Deus sabe como serão. Mas
penso que esse esforço pode não ser veraz, afinal a gente sabe que o nosso
cachorro pode morrer e nós sofremos nos enlutamos e o vemos em seu lugarzinho,
com nossa dor, durante muito tempo, isso passando pelo mesmo episódio, como eu
que tenho tantos! Não sei o que amo mais.
“Creio no riso e na lágrima como antídoto contra o ódio e o terror”,
frase de Charlie Chaplin. Não sou extremista em sentir ódio, não, não conheço
esse sentimento, tão pouco o terror, mas conheço o medo. Conheci também a
tolice que cometemos quando deixamos o medo nos devorar. Meus medos só me mal
trataram e me disseram em amplo e bom som “você não é nada”, “não vejo a hora
de sair daqui”. Foram as coisas que mais me amedrontaram, quase me levaram a
morte. Mas tudo passou como tudo passa e “isso não é clichê”. Já escrevi
lembram? Medo de que adiantou? As lágrimas e os risos, “não travados” realmente
me serviram como antídoto.
E a preparação para os infortúnios se eu
conseguir tirar dela uns trinta por cento já me dará não só por feliz, mas por
abençoada também.
Sempre digo nunca me senti só, meus irmãos
são maravilhosos para mim, com suas visitas de apoio, suas ajudas moral e
material me dão a certeza cada vez maior que eu nasci para a maternidade, mas
não usufruir dela é uma verdade que precisa ser aceita. Isso para mim hoje, do
tanto, tanto que sofri, está se tornando tão insignificante, que eu só quero
guardar só as primeiras experiências como mãe e ponto final para não ter
recaídas de acalentos, de músicas que cantei, da rede que balancei, das
mamadeiras que preparei cansada e ao mesmo tempo incansável, horas os
observando-os dormir. Passou, passou, passou. Não sou meio termo.
Gente querida, encontrar amigos em horas que falta dinheiro, saúde,
chega solidão, e ali estar um anjo servidor e ele nem sabe que é um anjo e nos
estende a mão, é uma coisa muito impressionante! Para mim é. E todas essas
coisas que escrevi tornam-se tão pequenas, que me desculpem outra vez, esqueço-me
os que Deus não quer que seja meu ou para mim.
Venci coisas que eram pesadas de mais para mim,
com ajuda de outros, quebrei cada peso e passei por cima. Sei que é muito feio
se vã gloriar, mais as mulheres da minha família é madeira de dar em doido,
cada uma do seu jeito. Cada uma pode sugerir ideias uma para outra ou
simplesmente apoiar.
Existe sempre uma ideia por traz de um pensamento, de uma realização, de
uma dor, de uma decepção, o importante é não ignorá-las e sorrindo ou chorando
fabricarmos nosso antídoto com a coragem que nos resta!
“Creio no riso e na lágrima como antídoto contra o ódio e o terror”.
Clara3amores®
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