O SILENCIO NÃO É MUDO

A SUA ALEGRIA DE VER O SOL NASCER, AS FLORES...  (ORAÇÃO)

                                                       OUÇAM ESTAS DUAS MÚSICAS

                                                                         
                                                                         
                                                TELAS DE FREDERICO ANDREOTTI

                                                                               
                                                                               

                      Eu li uma poesia tão linda de um escritor da atualidade que me fez ficar em silencio como a poesia pede. A palavra anacronismo não existe e nem serve para este escritor. Existe razão em tudo que ele escreve temendo círculos concêntricos em seus escritos, mas isso existe por sua capacidade de observação capciosa ao que não é obvio.

       É muito difícil falar de quem não se conhece, mas ele capta os sentimentos humanos com alma de poeta, como Rosa Berg escreveu lindamente: “as palavras só conseguem transbordar quando encontram uma alma poeta”. Fiquei feliz de conhecê-lo de maneira inusitada e ter acesso ao que ele escreve e dizer que literalmente somos contemporâneos. Eu engatinho e ele anda brincando e jogando com as letras, se inspirando em palavras buscadas em outras inspirações. Como um colibri que beija as flores, ele sai pousando e captando sentimentos.

       Tenho prazer em expor essa poesia que particularmente me tocou e enriquecer meu blog com suas belas palavras e as telas de Frederico Andreotti. Muito obrigada por liberar a poesia para mim.

                                                 Clara3amores®

              Silencio

Meu amor estar impregnado de tempo

E a distância entre o ontem o hoje e o amanhã

Pode estar por um fio formador da memória

E sem ao menos dar-me um ínfimo espaço de tempo

Você diz que nosso amor acabou de uma forma natural

Não lhe peço nada e nem tampouco buscarei uma tentativa inglória

Talvez todo esse momento seja um pequeno contratempo

Por quanto tempo mesmo o nosso amor durou

Mas como podemos dar-nos o direito de medir o tempo do amor

Como dizer racionalmente o início o meio e o fim do amor

Em mim tenho-o guardado a setes chaves no cofre das emoções

Que dentro do baú de meu tempo vaga no mar de minha memória

Em uma angustiante viagem em busca de mil soluções

Na esperança vaga e talvez vã de reatar e reaver o que se perdeu

Enquanto isso vivo da voz de meu silêncio interior

Que me diz diuturnamente que meu silêncio

Seja a única maneira de fazer-me escutar

E quem sabe quebrar um dia

Esse silêncio em nós

Silenciosamente

         Nós...

                                    LEILSON LEÃO