O silêncio me atordoa
O silêncio me fragiliza
Faz-me lembrar coisas
Antigas, presentes e ausentes
Crava em mim pensamentos soltos
Absurdos!
Tornando-se um crepúsculo
Sombrio, negro desvairado
Insistente e conflitante, ofuscante
Eu continuando teluricamente
A sombra do sol
Escondendo-me a sombra
De desejos e pensamentos que mantenham
Minha vida em determinada forma
Que possa ser aceitável
Na pessoa que pretendi ser
Caminhando por vezes cambaleando
Tropeçando, lembrando, amando
Que vivi, vivo e viverei
Com coisas tão minhas
Igual a um vinhedo
Que a terra, o aguar e o podar
É que farão seus frutos adocicar
Mas mesmo dentro dessa semelhança
Em tão franca alusão
Percebo que não sou uma uva
Por falta da terra, agua, e poda!
O vinhedo veio a secar
E num silêncio redundante
Totalmente ficar.
Clara3amores®
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