Livraria Cultura

sábado, 12 de abril de 2014

SER COMO SOU...

                                                                                   


                                                                                 




 Às vezes eu desejo escrever sobre algo, mas esse algo me assusta ou me assustou e fico sem palavras.
Como posso escrever sobre coisas que acontecem num hospital? Coisas paralelas e que fogem ao que é almejado por todo ser humano como a alegria, sensação de bem estar... Eu... Pasma comigo mesma e sofrendo por ver sofrer...
Essa experiência com minha irmã foi enriquecedora no sentido prático, no sentido da vida. Para mim!

Vivi para ser mãe, ser filha, ser irmã, ser esposa, sobre tudo mulher. E vivi e vivo isso intensamente pensando que não, nos momentos de quietude e aguas mansas. Já devo ter escrito isso, porém não deixo de sentir nesses momentos difíceis que de alguma forma eles alavancam minha vida e a de qualquer pessoa que queira. Dentro das minhas limitações sinto que o me melhora mesmo é fazer algo por alguém, porque muitos já fizeram por mim.

Quando resolvi escrever sobre o que penso, foi também para me entender, configurar fatores de mim mesma que só serviam de pensamentos errôneos sobre minha pessoa. E me alegro em perceber que não é assim.
Ver certas coisas não é bom, não é agradável, choca, mas nos ensina.

Coisas que me fizeram me interrogar como pessoas que trabalham em um hospital público, lidando com a dor, o sofrimentos, maus remunerados, entre os menos favorecidos, falando em curtir o fim de semana, felizes por chegar à sexta feira e poderem se divertir, namorar... Tudo isso eu escutava no elevador. Dentro de um lugar de dor vivendo com sua alegria! Só louco não quer aprender viver assim!

Nesse prédio do hospital (HR) de Pernambuco, recebe pessoas, pacientes de todo interior, sertão, agreste do Estado. Hospital escola que trabalha em cima de carência e sacanagens política porque se não existisse corrupção seria uma referência positiva e exemplar.
Mas foi lá que minha irmã conseguiu tratamento, bons médicos e está se recuperando. Faz hemodiálise um dia sim, outro não e tendo a esperança dos rins voltarem a funcionar!

Nesse momento sou tão grata a minha filha, meu marido, por terem me apoiado porque existem problemas que só com um apoio você consegue fazer alguma coisa. Eu tive!

Sei que lembrarei com satisfação não do sofrimento dela que foi demais, mas com certeza do momento que nos unimos nesse momento e por ter a gratidão de ela ter confiado em mim. Por ela ter vindo de Fortaleza tão doentinha para o Recife comigo.
Tenho a impressão que é isso que os pais quando criam seus filhos querem que eles façam uns pelos outros. Estou feliz e o que vem entrego a Deus.
Muitas coisas eu teria a escrever sobre tudo que está acontecendo, que talvez eu vá relatando aos poucos, porque existem coisas que sacode toda família e desse momento surgirão os reflexos, situações simultâneas de cada um da família. Para mim é abrangente, sempre tudo é muito abrangente porque vivemos em cadeia quer queira quer não.
Sim, primeiro que tudo a recuperação é o que é mais importante! Depois...


                                                                

                                                            Clara3amores®

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