Livraria Cultura

sábado, 18 de agosto de 2012

PENSANDO NA QUARESMEIRA ESCREVI...






                                  
  

               Pense num jarro bonito digno de um belo jardim. Para esse jarro foi escolhida uma planta que já era cuidada e muito bem, por sinal. Alguém viu esta planta, “puxa que planta linda, apropriada para meu solo, perfumada, suas pétalas não são queimadas e poderei transferir para meu lindo jarro”. E assim foi feito, a planta foi conseguida e transplantada. Ficou linda no jarro do jardim! Todos os dias, essa planta era aguada, periodicamente adubada adequadamente também. Nasceu muda ao seu redor, ela a planta, continuava em seu jarro assumindo o propósito de embelezar o jardim. Mas o que aconteceu depois...
               O conhecimento sobre a planta não era suficiente para mantê-la na condição do princípio; aguada, adubada, tratada com carinho para a condição de ela continuar favorável mantendo o propósito inicial.
                   Isso nunca aconteceu comigo em relação as minhas plantas. Procuro na medida do possível, tratá-las de acordo com sua espécie e tenho tido êxito, e às vezes vaidosamente as exponho aqui, no blog.
                   Vocês não acham que o proceder inicial quanto ao jarro e a planta assemelham-se ao procedimento de alguns humanos desamorosos, que se esquecem dos compromissos que devem ser honrados com amor até o fim? Mas que fim Clara? Em minha opinião até onde foi prometido. Nunca que eu tenha ouvido falar, que como hoje os compromissos entre casais tem sido e vividos com irresponsabilidade sínica, que desfavorece o outro com descarte ou com o desrespeito da falta da verdade e falta de cuidado. O que tinha viço no começo fica “desidratado”, sem brilho, prestes a morrer a qualquer momento, porque quem resolveu transplantar à bela planta para  o jarro ignorava o critério, incapacidade de amar realmente alguém ou alguma coisa. Existe critério de se escolher alguém por dias, meses, semanas ou temporadas? Gente me diga. Se existir, “para o mundo que eu quero descer...”
                       E o pior é que eu estou vendo e até conheço vítimas desses sentimentos desleais. Mas conheço também exemplos contrários: minha vó casou-se menina com um homem viúvo, quando ele faleceu, minha vó tinha 29 anos de idade e 10 filhos, faleceu idosa, amputada por causa do diabetes, autrzamer; minha vó Francisca em quanto viva, uma pessoa literalmente incompleta numa cama, nunca esqueceu meu vô Antônio. Se eu sei dessas coisas que minha mãe falava, como posso não ser, nem pensar, nem sentir, desejar coisas que eu acredito; que de repente eu posso nem ter sei lá, mas eu sei que existe e que é bom, é belo e só nos faz melhores humanos na expressão da palavra e diferentes dos animais, que são até melhores que nós.
                   Se todas as pessoas cuidassem do jarro que desejou ter em seu jardim, com uma bela planta, nunca esquecesse que enquanto ela viver, ela precisará do critério da sua espécie e das mãos do jardineiro que um dia tanto a desejou.
                   Esses meus pensamentos para muitos, desatualizados, dedico aos casais que conheci que não é ficção, que sabem cuidar um do outro com ternura, que amam não só o corpo pelo qual um dia se sentiu atraído, mas que se apaixonou também pelo espírito que expõe o interior e desnuda a alma.       
                                  EU NÃO SOU A ÚLTIMA ROMÂNTICA
   

                         Quaresmeira quando plantei você
                         Na entrada de nossa casa
                         Não sabia que ias crescer tanto
                         E florir o ano todo
                         Dizendo-me que florir era um presente
                         Para quem por ali passasse
                         Hoje te sou tão agradecida
                         Por tua dádiva em flores
                        Porque és generosa e gentil
                        Com tuas floras constantes
                        Tornas meu passeio alegre
                         E estas sempre ali
                         Linda, alegre e adornando
                         O portão do terraço para mim. 
       
                                                                              CLARA3AMORES



                 

8 comentários:

  1. Olá, querida Clara! Quanto tempo... desculpe-me fiquei devendo alguns comentários!! Tenha certeza você não é a última romântica! Só que agora aprendi a cuidar do meu próprio anel de Saturno, sou mais eu... esqueci um pouco do centro... vivo para mim!! E é muito bom! Trabalho o dia todo com crianças de 4 anos, ah! como nos fazem bem! Volto para casa cuido das minhas filhas, brinco e educo para a vida, a qual sabemos que não é fácil... Tomo um belo e demorado banho, voltaren, clonazepan e neotiapim!! Apago e começo tudo de novo na manhã seguinte!! Rotina... NÃO! Muito prazer vida, EU existo! Estou fazendo terapia, alternativa, sabe, trabalhamos o inconsciente... tem dado muito certo! Além de tudo isso ainda encontro tempo para os livros também... Cinco Minutos e Viúvinha de José de Alencar, Dom Casmurro de Machado de Assis, O velho e o mar de Ernest Hemingway, O meu pé de laranja lima de José Mauro de Vasconcelos e A hora da estrela de Clarice Lispector!! Será loucura uma pessoa ler tanta coisa ao mesmo tempo... depende do dia escolho e leio um pouco de cada... e já li e reli A lira dos Vinte Anos de Álvares de Azevedo, depois continuei Augusto dos Anjos, Camões, Vinicius de Moraes, Cora Coralina!! Acho que nunca falei... sou graduada em Letras... leio desde muito pequena, mesmo de família pobre sempre ganhei livros, principalmente das clientes da minha mãe, costureira, minha casa vivia cheia de gente que tinha livros, elite. O tempo foi nos ensinando o hábito da leitura! E é assim que consigo viajar para onde eu quiser!!! Agora, falando de você, se me permite é claro! Sabes o quanto especial é para todos, às vezes acontecem coisas que não gostaríamos, mas... chuta, bola pra frente! Ame, continue amando, é bom nos faz bem. Mas tenha amor incondicional a VOCÊ! Tem tantas coisas boas: um jardim magnífico, suas orquídeas, seus filhos, seus textos... Isso é Clara! E lembre, cada coisa no seu tempo. Finalmente, dedico a você:

    Assim eu vejo a vida

    A vida tem duas faces:
    Positiva e negativa
    O passado foi duro
    mas deixou o seu legado
    Saber viver é a grande sabedoria
    Que eu possa dignificar
    Minha condição de mulher,
    Aceitar suas limitações
    E me fazer pedra de segurança
    dos valores que vão desmoronando.
    Nasci em tempos rudes
    Aceitei contradições
    lutas e pedras
    como lições de vida
    e delas me sirvo
    Aprendi a viver.

    Cora Coralina

    Beijo!

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    1. Ah!Danielle querida,você diz eu tenho jardin, orquídeas, filhos, meus
      escritos. É verdade, me fazem muito bem mesmo são trabalhos das minhas
      mãos e é bom ver os rebentos, eu gosto é ´gratificante. Mas sempre
      dentro de algum transtorno que possamos ter precisamos, eu preciso
      compartilhar com a natureza. Se você já leu o que escrevi desde o
      começo,deve ter persebido que eu sou grata a tudo e a todos, porém,
      este blog não deixa de ser um filho que estou consebendo com a minha
      cara, para que meus outros dois filhos não tenham dúvida do que sou. A
      verdade para mim é muito importante. Meu marido disse hoje que é muito
      difícil alguem se revelar como na realidade é, este não é o meu caso.
      Veja, por meio desse filho conheci você, foi muito legal para mim
      porque você me apresenta idéias. Gostaria que fossemos amigas. Quando
      falei sobre as meninas e meninos que são iguais ao anél de saturno,
      são aos jovens que a indiciplina nem a cultura os ajudou. Danielle é
      sempre um prazer trocar idéias com você. Mil beijos, Clara. Não me
      esquece tá? Beijos nas Rosas mesquitas. Você nasceu em 1982, o ano que
      o meu primeiro filho nasceu.

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  2. Clarinha me senti completamente incluída na dedicação que você fez na parte final de seu texto. Sou MUITO feliz com todas as diferenças, complacências, cumplicidades e um mundo de coisas que coabitam entre casais que realmente se amam. Sou muito grata a Jeová pelo homem maravilhoso que Ele me presenteou de modo extremamente generoso. Amo cada ponto de meu querido Gil, desde sua beleza (!), passando pela calma, paciência, bom humor e inteligência até aquela "barriguinha sex" própria dos homens bem-casados que ainda resistem à ideia de fazer uma academia. E descobri que a melhor maneira de demonstrar todo meu amor por esse homem maravilhoso e viver plenamente a vida foi largar tudo o que me prendia ao passado (até mesmo pessoas, coisas e pensamentos) e caminhar lado a lado com ele. Resolvi seguir em frente. Essa foi a maior e melhor decisão que tomei em minha vida. As coisas que vivi serviram não de base, mas de complemento para minha vida atual e ao compreender isso me senti liberta de um monte de "fardos" que se apossaram, digo, que me apossei de modo indevido. Meu marido é o ser humano mais importante da minha vida. As outras são meus amores, meus amigos, meus parentes. Todos vivem SUAS vidas. Só meu marido vive a dele e a minha. Só ele está do meu lado em sentido real, se alegrando, ficando triste, me animando, me amando apesar de meus defeitos. Percebi com clareza o real sentido das palavras bíblicas: “Aquele que os criou desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse: ‘Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa, e os dois serão uma só carne”. Somos muito unidos, deixando sempre um espaço em nosso todo pra não nos sufocarmos. Você entende agora o porquê de eu estar tão bem como você me falou uns dias atrás? Olho para o passado não com nostalgia, e sim como algo que foi necessário eu viver, mas que não interfere no meu presente nem no futuro. Procuro tirar do passado as experiências que vão me melhorar, me fortalecer e até ajudar outros, mas não sofro pois odeio sentir dor. As dores de cada época são mais que suficientes; não preciso acumulá-las. E quanto ao futuro, é pelo modo como conduzo minha vida hoje que espero com ansiedade os novos tempos que breve virão, livres de tristezas, amarguras e decepções. Beijocas pra tu, minha Galêga predileta. Nunca canse de me ouvir dizer que te amo, tá?

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  3. Eu não posso deixar de sorrir como estou agora,
    como posso ser tão burrinha em computador, tendo um genro cibernético,
    mas sem tempo, e uma amiga que fala da barriguinha lindinha do marido.
    Eu fico radiante de prazer quando recebo esses comentários otimistas
    de pessoas que têm o mesmo problema que eu, porque derruba a ditadura
    dos que se acham normais ou fortes por não precisar tomar algum
    psicotrópico para se manter equilibrado e levar a vida de trabalho,
    cuidar de casa, de filhos...
    Isso mostra também que quando estamos bem, podemos
    ser felizes com mais consciência dos que não conhecem o outro lado.
    Aquele que nos dá calafrios e nos joga na cama, ato este que por
    direito só nossos... Deixa pra lá.
    Mais a verdade é esta, Tânia, como nós sabemos tudo ficará para traz
    como algumas já ficaram. O meu amor e minha gratidão a vocês por serem
    o que são para nós é o que posso oferecer e uma amizade sincera. Você
    enriquece este espaço tão meu com seus belos, sérios e oportunos
    comentário. Obrigada querida! Clara.

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  4. olá!!! INDIGNAÇÃO!!!

    MENTIRAS

    Não suporto perversidade,
    Nem tão pouco maus tratos.
    Não suporto agressividade,
    Nem tão pouco falsidade.
    Não suporto desagravo,
    Nem tão pouco humilhação.
    Não suporto fingimento,
    Nem tão pouco desacato.
    Não suporto bater,
    Nem tão pouco apanhar.
    Não suporto desatinos,
    Nem tão pouco suas consequências.
    Não suporto falsas palavras
    E nem tão pouco grandes MENTIRAS.
    Por isso, não diga mais nada
    Porque de minha parte, a partir de agora,
    Prefiro ficar calada
    Rosa Berg

    Por que faço tudo certinho, espero tanto dos outros e dou muito de mim... Corre sangue nas minhas veias, morro, vivo, me esforço, faço o meu melhor e daí!!!! Quem se importa... F.... os mentirosos!!!!!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Dani, não te conheço mas compartilho tua indignação e te louvo porque pareces ser uma pessoa muito sensível, sincera e sobrevives em meio ao caos que o mundo está com uma boa postura, digna de uma lutadora. Acredito que os momentos que passas com tuas crianças pequenas renovam teu fôlego, pois o lidar com "crianças grandes" é que torna tudo mais complicado em nossas vidas. Sei que sua dor é sua; você é quem lida diretamente com ela, mas tenha certeza de que um dia você vai olhar pra trás e ver que com o passar do tempo as coisas ruins vão perdendo a dimensão e a importância diante da maturidade que os anos nos concedem. Deus nos fez assim, com a capacidade de aprender, amadurecer a aceitar até mesmo o inevitável e saiba que Ele se importa muito com você e lhe concederá os bons pedidos de seu lindo coração. Não tenho permissão nem pretensão de dar lição de moral em ninguém, afinal quem sou? Sou uma ínfima partícula de pó neste vasto universo e tenho muito que apanhar, aprender e amadurecer, mas hoje sou movida pela esperança concreta de que dias melhores REALMENTE virão e eu gostaria que você também tivesse fé nisso. Isso de que basta querer parece irreal, mas o querer nos move a agir e a ação nos leva a grandes conquistas, pode acreditar. Um beijo, querida e tudo de bom pra você. (ps: o comentário anterior foi excluído devido a um erro de portugês que só percebi depois de publicado, tá?)

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  5. É muito difícil não se indignar mesmo! É isto que as vezes
    tento expressar indignação dentro de um contexto em que as
    "não podemos reclamar"por assim dizer,porque temos educação,pão,feijão em nossa mesa e não podemos olhar ao nosso redor. Por isso quando escrevi no que Olinda, poderia ser prazerosa a vida no passado,eu não esqueci a injustiça
    do precoceito,da escravidão.E hoje,queimam os moradores de
    rua,jogam crianças no lixo, nos rios,sufocam em sacos,é
    dificílimo não se indignar.Eu que amo os animais não suporto nem saber dos maus tratos.E as mães? as mães tem comido da banda podre com seus filhos nas várias modalidade
    de marginalidades.É difícil minha querida não se indignar.E conheço meninas maravilhosas,esforçadas como você,inclusive escrevi em "o resultado do assunto é melhor que seu começo"falei do que aconteceu com minha sobrinha,e a dor de minha irmã em vê-la sofrer. Ela tem sua idade,trabalha e lhe falta alguem em quem possa confiar,porque a decepção
    foi grande para toda família. E assim os mortais de boa ídole vai se indignando.Mais meu marido costuma dizer que
    nada como um dia atrás do outro com uma noite no meio. Porque para nós tudo tem mais peso. Beijos nas Rosas.

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