Livraria Cultura

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

DOR E VERGONHA QUEM PAGA A CONTA?

                                                                              
                                                                                 


                                                                    

                   Sentir vergonha de alguma coisa que não fomos nós que praticamos ou não contribuímos para que aquilo se tornasse realidade próxima de nós é resultado de uma hipocrisia camuflada. Em muitos casos, existe a dor e a vergonha no íntimo, mas se o mundo manda aceitar, então aceite com suas justificativas de falsa moral. Embora se corroendo. Porque sentir vergonha de algo que não fomos nós que praticamos ou sofremos tanto por decisões pessoal de outras pessoas? Resvala em nós porque amamos só por isso. Mas nosso amor não tem poder nenhum de transformar o que é errado em certo. Se fossemos um monólito seríamos dormentes e devemos tomar a peito nossa integridade, não é mesmo gente ou não é? Se não nos aceitam com nossas ideias e nossas razões, porque eu deverei ter a obrigação de aceitar de outros que não estão considerando ninguém nem a valores nem pessoas a quem só devem gratidão.

           Sei que pareço intransigente, às vezes até sou, mas às vezes também sou para lá de compreensiva e retrocedo quando percebo meu erro. Muitas vezes não é fácil porque temos um rosto a expor.

           Acompanhei um caso de amigos queridos que me levou a uma reflexão de dias, sou mãe, não sou um monólito, mas gosto de aceitar a verdade como ela é.

          “Quem não aprende com o amor, aprende com a dor”. Nesse caso não com minha dor, disse uma mãe.

           Uma filha muito querida, única, amada por todos começou um namoro com um rapaz que a família não aprovava por não conhece-lo. Conhecido pela internet, a filha tornou-se irredutível. Que pena! Menina maravilhosa. Sinto tanto! Os pais deixaram expressamente claro a decisão por eles tomada: “decida, se não terminar esse namoro, descida o seu caminho escolhido por você, mas filha isso não dará certo! Não queremos que ele frequente nossa casa e por isso queremos que se case. Para que ele não pense que somos conivente”. Mas ela não pensou nem pesou os prós e os contra e casou. Gente isso para uma família ordeira é um luto! Em cima de muita dor injusta esses pais superaram e continuaram vivendo. Para você, quem tem que pagar a conta dessa dor?

           Depois de certo tempo, e não demorou muito, a filha quis achegar-se e os pais a ouviram para não serem negligentes: “estou me sentindo só, ele não me trata como antes, sai e não me leva nem diz aonde vai. Talvez se vocês o recebessem aqui ele voltasse a ser o que era...”  mas a resposta dos pais foi inteligentíssima: “em que momento filha, você parou ao menos para ponderar nossa opinião? Em que momento você parou para pensar em nosso amor e em nossos conselhos e em nossa experiência de vida? Quando você pensou na nossa dor e decepção? A parábola do filho pródigo nem cabe a você porque você não estar arrependida de ter agido errado, não, estar apenas querendo que passemos a aceitar o errado como certo para ser conveniente a você. Não filha procure ser feliz com sua escolha”. Não foi fácil não viu? Qualquer decisão que esses pais tomassem iria sofrer então sofrer, mas corrigindo, que é o caminho mais duro, mas que eles sabiam que poderia ser o melhor.

          Todos os dias me convenço que meus amigos agiram ferozmente certo. Eles vivem em paz, “como que em uma sala de espera”, numa boa expectativa, sim, porque não? Acredito que tudo dará certo, “os frutos não caem longe da árvore” diz o ditado, e a menina acidentou-se no percurso de sua vida.

          Exemplo de pais, amo tê-los como amigos, são coerentes, não permissivos.

          O futuro chegou, a modernidade aí estar, então me perdoe os de outra opinião. Porque na minha, os filhos precisam ver nos pais uma autoridade justa.

Na maioria dos casos, a atitude desses pais é como uma intervenção cirúrgica, os benefícios não são imediatos, porem poderá haver cura e restauração. Estou com eles nessa espera!




                                     Existem tantas coisas lindas na natureza, para mim nada é mais complexo do que uma gestação. Seja ela uterina ou por escolha do coração, é uma decisão de servir e amar, um ministério que não sabemos bem que resposta teremos. O amor a um filho pode até nos DESFALECER mas não nos MATA.                         

                                                         Clara3amores®     

            

2 comentários:

  1. Concordo com a atitude desses seus amigos, dizer não, tambem é forma de amar de proteger.
    Sempre mantive uma atitude de diálogo com meus filhos sobre muitos assuntos. Outro dia meu filho mais novo me apresentou a namorada, gostei dela, conversamos por algum tempo e temos nos encontrado e cada encontro vejo nela uma boa pessoa. Aí comentei com meu filho que havia gostado muito de sua namorada, ao que ele respondeu imediatamente: - Eu já sabia que a senhora iria gostar e eu respondi como assim você sabia? rs, rs,rs... ele disse conheço a senhora. Fiquei pensando e percebi o quanto meu filho valorizou tudo que eu havia exemplificado para ele. Sou muito amorosa com meus filhos e isso faz toda diferença nos resultados finais das escolhas da vida. Plante tudo na vida com amor e o retorno virá, mais cedo ou mais tarde.

    Muita Paz

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  2. Nesse mundo de valores trocados, parece que remamos contra a maré. Mas não, é bom mesmo que as coisas não saiam como queríamos, não há nada melhor do que o censo do dever cumprido. É assim que penso. Nada como uma consciencia tranquila! Você é um exemplo de mãe.
    Bjs de Clara3amores
    Obrigada pelo comentário.

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