Em sua última hora de vida, Florbela Espanca repassa sua vida, relembrando os principais momentos, sempre fazendo menções também à sua obra. Ela começa contando uma parábola sobre vida, morte e destino que ela escreveu inspirada num conto indiano. Em seguida, começa a discorrer sobre o que pensa a respeito da vida, suas angústias, amores e dores. Florbela apresenta-se como uma mulher angustiada e ao mesmo tempo forte, mostrando quem ela é como pessoa e artista e pede para que a aceitem, pois só assim poderão lhe ter amor. Diz que sua dolorosa experiência ensinou que ela é só e que por mais que se debruce sobre o mistério de uma alma, nunca o desvenda, que o amor não passa de uma pobre coisa banal, incompleta, imperfeita e absurda. Sente-se triste, abandonada e só, pois tem esgotado todas as sensações artísticas, sentimentais e intelectuais. Sente-se afundar. Por fim, tem esperança de que alguém ao ler seus descosidos monólogos, realize o que ela não pôde: conhecer-se.
Muitas vezes em nossas confusões mentais não conseguimos entender que os acasos são inexplicáveis porque nem sempre às razões das coisas, de nossos desencontros são explícitos. Ela desencontrou-se como tantas pessoas nos conflitos humanos, mas quis deixar suas experiências para que outros não sentissem as mesmas dores que as dela. É... existem pessoas, eu sempre digo, que independentemente, de credo, nível social, raça, etc... Sentem...
Clara3amores®
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