HÁ QUEM NÃO GOSTE DE QUINTAL, MAS O QUE FAZER COM UMA TERNURA DESSA SE NÃO ESTIVER NO CHÃO?
Passo sempre pelos lugares
por onde vivi, isso já foi escrito e reescrito, porque eu fico impressionada com
a rapidez das mudanças. Ontem passei por uma rua que para mim era uma das mais
belas entre tantas outras que conheci, passei e admirei a beleza e o zelo que
os moradores tinham por seus jardins que ficavam totalmente à mostra pela
altura das casas e os muros baixinhos.
Pois é gente! Ontem passei
por lá e algumas estavam abandonadas, com certeza será demolida para construir
prédios. Interessante é que quando eu às olhava se alguém me dissesse que isso
aconteceria eu iria duvidar.
Eu iria dizer, não essas
não! Mas ontem fiquei impactada. E sai olhado às que nos lugares os prédios já
estavam construídos. Lá, imponentes, erguidos tão rapidamente que a ultima vez
que passei eles ainda não estavam erguidos e a casa ainda estava em seu lugar.
Mas o que acontece comigo é
como se estivessem tirando minhas referências, e eu vou me angustiando porque
não posso mais indicar nada a ninguém por pontos porque simplesmente eles já
não existem. Foi embora, assim como gerações se foram e como a minha está indo.
Para algumas pessoas isso é irrelevante,
mas para mim não é. E nem vou tentar mudar, nem vou dizer a mim mesma que eu
tenho outras coisas mais sérias para pensar, e tenho mesmo, para eu refletir. Se
eu não me tocar por essas coisas, como poderei analisar outras com
sensibilidade?
Não gosto desse ditado: “o
moinho já não existe, mas o vento continua”. Não, não gosto. Eu quero o moinho
e quero o vento também. Gostaria de olhar ao meu redor e me sentir preenchida por
histórias, boas lembranças, e os lugares que neles essas histórias aconteceram.
Alguém pode me dizer: e nos lugares que só aconteceram coisas ruins? Esses, eu
acho, que às pessoas abstraem automaticamente de suas mentes e nem querem
passar por perto.
Sei que meus sentimentos e
modo de ver às coisas não têm influencia nenhuma sobre nada e ninguém. Sei também
que são vãs muitas coisas que sinto.
Sei que como se vão as casa,
com elas se vão também costumes.
Que coisa chata é ser anunciado
por um interfone para se visitar um amigo. Poucos não perdem sua
acessibilidade, outros só recebem quem quer ou se já marcou a visita e o
porteiro além da sua profissão adquire a de mentiroso também, porque às vezes
que ele mente com o famoso “não está no momento” é incontável! Creio ser por
isso que eu não me adapto ao sistema, entendendo e vendo que os mais jovens
adquiriram outros modos de se sociabilizar.
Muitas pessoas gostam muito
do novo, do prático, mas a base de tudo está no passado. Do que é bom e do que
é ruim.
Peço desculpas aos que não pensam como eu, pelo meu conservadorismo, mas como disse um amigo "temos que viver com as incongruências".
Peço desculpas aos que não pensam como eu, pelo meu conservadorismo, mas como disse um amigo "temos que viver com as incongruências".
Clara3amores®
"Não creia que os mortos estão mortos,
enquanto houver viventes
os mortos viverão, os mortos viverão".
É assim que vejo às coisas, não mais triste que isso.
tenho muitas dificuldades ao pintar por causa do vento.
mas amarro meu cavalete em estacas fincadas no chão,
e trabalho assim mesmo, é bonito demais.
Van Gogh
Isso serve de metáfora para mim.
"Não creia que os mortos estão mortos,
enquanto houver viventes
os mortos viverão, os mortos viverão".
É assim que vejo às coisas, não mais triste que isso.
tenho muitas dificuldades ao pintar por causa do vento.
mas amarro meu cavalete em estacas fincadas no chão,
e trabalho assim mesmo, é bonito demais.
Van Gogh
Isso serve de metáfora para mim.
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