Livraria Cultura

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

PRÉDIOS OU CASAS? / CANÇÃO DE AMOR


                                      AMO ESSA MÚSICA E MEU FILHO TAMBÉM                        
                                                                               



                                                   HÁ QUEM NÃO GOSTE DE QUINTAL, MAS O QUE FAZER COM UMA TERNURA DESSA SE NÃO ESTIVER NO CHÃO?


Passo sempre pelos lugares por onde vivi, isso já foi escrito e reescrito, porque eu fico impressionada com a rapidez das mudanças. Ontem passei por uma rua que para mim era uma das mais belas entre tantas outras que conheci, passei e admirei a beleza e o zelo que os moradores tinham por seus jardins que ficavam totalmente à mostra pela altura das casas e os muros baixinhos.
Pois é gente! Ontem passei por lá e algumas estavam abandonadas, com certeza será demolida para construir prédios. Interessante é que quando eu às olhava se alguém me dissesse que isso aconteceria eu iria duvidar.
Eu iria dizer, não essas não! Mas ontem fiquei impactada. E sai olhado às que nos lugares os prédios já estavam construídos. Lá, imponentes, erguidos tão rapidamente que a ultima vez que passei eles ainda não estavam erguidos e a casa ainda estava em seu lugar.
Mas o que acontece comigo é como se estivessem tirando minhas referências, e eu vou me angustiando porque não posso mais indicar nada a ninguém por pontos porque simplesmente eles já não existem. Foi embora, assim como gerações se foram e como a minha está indo.
Para algumas pessoas isso é irrelevante, mas para mim não é. E nem vou tentar mudar, nem vou dizer a mim mesma que eu tenho outras coisas mais sérias para pensar, e tenho mesmo, para eu refletir. Se eu não me tocar por essas coisas, como poderei analisar outras com sensibilidade?
Não gosto desse ditado: “o moinho já não existe, mas o vento continua”. Não, não gosto. Eu quero o moinho e quero o vento também. Gostaria de olhar ao meu redor e me sentir preenchida por histórias, boas lembranças, e os lugares que neles essas histórias aconteceram. Alguém pode me dizer: e nos lugares que só aconteceram coisas ruins? Esses, eu acho, que às pessoas abstraem automaticamente de suas mentes e nem querem passar por perto.
Sei que meus sentimentos e modo de ver às coisas não têm influencia nenhuma sobre nada e ninguém. Sei também que são vãs muitas coisas que sinto.
Sei que como se vão as casa, com elas se vão também costumes.
Que coisa chata é ser anunciado por um interfone para se visitar um amigo. Poucos não perdem sua acessibilidade, outros só recebem quem quer ou se já marcou a visita e o porteiro além da sua profissão adquire a de mentiroso também, porque às vezes que ele mente com o famoso “não está no momento” é incontável! Creio ser por isso que eu não me adapto ao sistema, entendendo e vendo que os mais jovens adquiriram outros modos de se sociabilizar.
Muitas pessoas gostam muito do novo, do prático, mas a base de tudo está no passado. Do que é bom e do que é ruim.
Peço desculpas aos que não pensam como eu, pelo meu conservadorismo, mas como disse um amigo "temos que viver com as incongruências".



                                                          Clara3amores®

"Não creia que os mortos estão mortos,
enquanto houver viventes
os mortos viverão, os mortos viverão".
É assim que vejo às coisas, não mais triste que isso.
tenho muitas dificuldades ao pintar por causa do vento.
mas amarro meu cavalete em estacas fincadas no chão,
e trabalho assim mesmo, é bonito demais.

                                           Van Gogh

Isso serve de metáfora para mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário