Já falei muitas vezes porque eu resolvi escrever em um blog, mas eu esqueci de dizer que a vida de uma pessoa pode ser como ela quer ou como ela a faz.
Como pode alguém como poucos recursos ter um vidão? Interessante, eu sempre sinto isso quando eu vejo em algum programa de TV. Como “Cinquenta por Um”, quando Álvaro Graneiro viaja canto a canto do mundo conhecendo seus costumes, gastronomia, paisagens belíssimas, transportes Classe A, tanto marítimo, terrestre, aéreo, e por ser jovem topa todos os esportes radicais, que existe no mundo. Ele é o cara! Eu digo isso porque muitas pessoas que até que viajam muito, jamais terão esta curtição tão vivida. Amo ver o programa dele, mas não invejo nem o desejo, nem o invejo no bom sentido. Talvez por não ter a mesma idade dele? Não. Não acho. Aquele é o trabalho dele. Muitos jornalistas viajam canto a canto do mundo em momentos bons e desfavoráveis, também trabalhando. Alguns têm até livros falando das aventuras vividas.
Numa Bienal do Livro (não lembro o ano), Raquel (Bruna Surfistinha) publicou o livro que escrevia sobre sua vida pregressa e vendeu! Todo mundo que não deitou com ela queria saber o que ela fazia na cama, e ela dizia. O livro se transformou em filme. Eu não li o livro nem assisti ao filme. Mas, vendo algumas entrevistas com ela me veio um desalento, uma perplexidade por saber e não consegui entender ou alcançar a escolha de vida dela. Não é difícil entender a posição da família dela. Sou a favor do perdão de um arrependimento. Mas o tempo passou e ela parece que não mudou a consciência. Diz que mudou de vida, mas continua falando as mesmas coisas, mesmo estando casada. Como pode alguém mudar e continuar falando as mesmas coisas referentes aos episódios que a afastaram da família? Simplesmente porque se casou com um ex-cliente?
Bem, eu estou aqui pra falar porque escrevo num blog, não é isso? Simplesmente porque eu comecei a olhar para os lados. Eu não preciso viajar o mundo, não precisei me deitar com muitos homens, não precisei ser uma das mulheres mais ricas do Brasil (reality show, “Mulheres Ricas”, nem precisei participar do B... Vou nem falar nisso! Porque o tanto que achei minha vida medíocre, agora não acho mais. Para começar, diferente do que meu marido pensa, eu não quero ter nada de muito caro. Eu quero ter as coisas que a Clara normal deseja. Coisas bonitinhas, graciosas, com charme, com estilo, que dê a conotação de gosto feminino, e dizer da minha forma exterior, esta sou eu!
Não é preciso sair de casa para se saber o que acontece. É você olhar para sua família e exercer sempre bons sentimentos já lhes dá a sensação de pular de um bangjump, ou não dá? As pessoas que escrevem em Twitter, Facebook, Orkut, pessoas que dizem que não tem tempo estão lá. Tempo não falta para tanta simploriedade.
Hoje eu vejo, sinto, olho e penso que estas redes sociais poderiam ser bem mais usadas com qualidades, pensamentos ricos, prestação de serviço humano, enriquecedores de mentalidades. Deixo claro que nem todos são usados pela mediocridade. Não sou dona da razão, mas aprecio demais um bom pensamento, um raciocínio lógico, uma frase que dure na cabeça como uma vida latente. A Clara que escreve é a Clara que sou. É a Clara que diz que gosta e a Clara que diz que não gosta. Clara que não tem meio termo.
Houve tempo em que eu pensava que estava rodeada de pessoas incapazes do mal, incapazes de dar rasteiras, incapazes de me julgar o que não sou. Agora não penso assim e continuo a mesma. Só aprendi um pouquinho e uso este espaço para me expressar. É por isso que escrevo, não por ser um exemplo mas por eu ter uma vida e que me orgulho dela.
Os exemplos que eu dou não são exemplos das pessoas ou do que elas fazem ou produzem. De repente eu poderia ser uma boa amiga das pessoas mas não dos atos. E é por isso que eu dei os exemplos que dei; porque eu não os entendo.
Gosto muito de Rita Lee, mas posso dizer que o que ela fez em Aracajú foi legal? Foi proveitoso? Ela perdeu a oportunidade de se colocar simplesmente como uma boa artista que ela é. Mas isso é o que eu penso, mesmo gostando do trabalho dela. Quando digo que me orgulho da minha vida é porque mesmo no anonimato eu consigo ser alguém que no meu mundo enfrento pequenos desafios e mesmo chorando não fujo deles.
Eu aprendi isso nos últimos dias do meu pai. Corriqueiramente pegar um copo d’agua não é nada, mas nos seus últimos momentos para ele era impossível. Assim são muitas coisas que a vida no nosso anonimato nos ensinam e nos fazem sentir que somos “gente”, não simplesmente uma pessoa. *
Chega o momento que as pessoas ao nosso redor, são imprescindíveis, também damos de cara com nós mesmos. Duelando com nós mesmos. Clara X Clara, pensam que é uma novidade do presente? Não. Sempre foi assim. Só que eu percebo que só agora estou de frente comigo mesma, As vezes séria e as vezes rindo como menina, e elas só não gostam de se olhar quando Clara está bem ou desconhece a que fica sem vida, deprimida. Mas dentro do meu mundo sempre será assim: Clara X Clara.
*Escrevendo isso ao som de Adele, Blue Adkins
CLARA3AMORES
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