Livraria Cultura

sábado, 15 de junho de 2013

BOBO? QUE BOBAGEM! / FLAVIO VENTURINE



                                                                           


                                                                             


 Clarice Lispector tem uma crônica maravilhosa, interessantíssima sobre o bobo. Quem sou eu meu Deus para referir-me com minhas opiniões aos escritos de Clarice?
   Mas ninguém pode me impedir de pensar e expressar meu ponto de vista sobre tudo que leio, vejo, escuto! Não, ninguém pode. Ela dá muitas vantagens que o bobo por ser bobo possui em sua natureza de bobo.
   Olhando pelo prisma que ela desenvolve sua sensível e  sutil reflexão sobre esse assunto, ela tem razão inclusive pelo “insight” sobre o assunto, ela tem razão.

   Os bobos (inocentes, inexperientes) sofrem. Os bobos por deficiência mental simplesmente não sofrem porque não entendem os que chamados normais intendem. Os bobos a que me refiro, aos inexperientes, são vítimas da sua própria capacidade de excessiva credibilidade vã em palavras, atitudes arquiplanejadas. É aí que o bobo cai!
   Segundo Clarice, a bela Clarice, o bobo por ser bobo, dorme em  berço esplêndido em paz porque está de bem com ele mesmo por não ter feito nem praticado o mal, foi vítima, de certa forma, ganha com isso porque bobo não é vilão. O bobo inocente é vitima de sua própria bobagem em muitos casos e respondem por ela nem que seja no íntimo: “como fui bobo!” ele é bobo sim, mas não bobo para entender que no “frigir dos ovos” são bobos.
    Eu até hoje não vi nenhum bobo com coroa de louros na cabeça por ser bobo. Mas os vejo muitas vezes intimidados por suas próprias bobagens.
   Como seria bom ver os bobos (inocentes, inexperientes) cantando alguma vitória.
   Essa bela crônica de Clarice Lispector escrita há tanto tempo fazia alusão, sem ela saber, ao bobo mais incrível, que nem existiu, mas tornou-se um mito, que por ser tão bobo reflete totalmente o bobo de Clarice, que foi o Forest Gump que foi feliz por ser bobo!
                              Ai, ai Clarice, que talento!

"NÃO HÁ ASSUNTO TÃO VELHO QUE NÃO SE POSSA DIZER ALGO DE NOVO SOBRE ELE"

                                                                                                          (FIODOR DOSTOIEVSKI) 

                                                      Cara3amores®

Nenhum comentário:

Postar um comentário