Clarice Lispector tem uma
crônica maravilhosa, interessantíssima sobre o bobo. Quem sou eu meu Deus para
referir-me com minhas opiniões aos escritos de Clarice?
Mas ninguém pode me impedir de pensar e
expressar meu ponto de vista sobre tudo que leio, vejo, escuto! Não, ninguém
pode. Ela dá muitas vantagens que o bobo por ser bobo possui em sua natureza de
bobo.
Olhando pelo prisma que ela desenvolve sua
sensível e sutil reflexão sobre esse
assunto, ela tem razão inclusive pelo “insight” sobre o assunto, ela tem razão.
Os bobos (inocentes, inexperientes) sofrem.
Os bobos por deficiência mental simplesmente não sofrem porque não entendem os
que chamados normais intendem. Os bobos a que me refiro, aos inexperientes, são
vítimas da sua própria capacidade de excessiva credibilidade vã em palavras,
atitudes arquiplanejadas. É aí que o bobo cai!
Segundo Clarice, a bela Clarice, o bobo por
ser bobo, dorme em berço esplêndido em paz porque está de bem com ele mesmo por não ter feito nem
praticado o mal, foi vítima, de certa forma, ganha com isso porque bobo não é
vilão. O bobo inocente é vitima de sua própria bobagem em muitos casos e
respondem por ela nem que seja no íntimo: “como fui bobo!” ele é bobo sim, mas
não bobo para entender que no “frigir dos ovos” são bobos.
Eu até hoje não vi nenhum bobo com coroa de
louros na cabeça por ser bobo. Mas os vejo muitas vezes intimidados por suas próprias
bobagens.
Como seria bom ver os bobos (inocentes, inexperientes)
cantando alguma vitória.
Essa bela crônica de Clarice Lispector
escrita há tanto tempo fazia alusão, sem ela saber, ao bobo mais incrível, que
nem existiu, mas tornou-se um mito, que por ser tão bobo reflete totalmente o
bobo de Clarice, que foi o Forest Gump que foi feliz por ser bobo!
Ai, ai Clarice,
que talento!
(FIODOR DOSTOIEVSKI)
Cara3amores®
Nenhum comentário:
Postar um comentário