O meu mundo
não é como o dos outros, quero demais; há em mim uma sede de infinito, uma
angustia constante, constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de
ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma intensa, violenta, atormentada
uma alma que não se sente bem onde está que tem saudade... Sei lá de que.
Lendo os
escritos Florbela e seus belos sonetos, fico impressionada com seus sentimentos
abertos, espontâneos, sofridos e penso: para ler os sentimentos de alguém
em verso e prosa realmente precisa gostar de ler ou se identificar com o que
ler.
Às vezes sinto
que o meu mundo assim como florbela não é igual aos dos outros e a saudade do infinito chega. E com
ela a melancolia. É tão ruim isso! Florbela tinha depressão, na época conhecida
por neurose. Como ela deve ter sofrido!
Tudo que ela
escreveu não eram insights era sua vida de maneira literal.
Viveu intensamente procurando ser feliz na vida. Tinha dinheiro e uma biografia triste. Seus sofrimentos, ela os transformou em obra literária de grande estilo! ela se sentia aquém em dor e desse sofrimento ela fazia sonetos!
clara3amores
clara3amores
Ser poeta é ser mais alto e maior
Do que os homens! Morder como quem beija
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do reino de Aquém e de além Dor
É ter mil desejos o esplendor
E nem saber se quer o que deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja
É ter asas e garras de condor”
É ter fome e sede de infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim
É condensar o mundo num só grito!
É amar-te assim perdidamente
É seres alma, e sangue, e vida em mim
É dize-lo cantando a toda gente!
Florbela
Espanca
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