Livraria Cultura

sábado, 20 de julho de 2013

AS PESSOAS NÃO MUDAM, QUEM MUDA É O CENÁRIO / O TROVADOR



                                                                         
                                                                                 
O meu mundo não é como o dos outros, quero demais; há em mim uma sede de infinito, uma angustia constante, constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma intensa, violenta, atormentada uma alma que não se sente bem onde está que tem saudade... Sei lá de que.
                                                 Florbela espanca

                                                          




                                                        

Lendo os escritos Florbela e seus belos sonetos, fico impressionada com seus sentimentos abertos, espontâneos, sofridos e penso:  para ler os sentimentos de alguém em verso e prosa realmente precisa gostar de ler ou se identificar com o que ler.
Às vezes sinto que o meu mundo assim como florbela não é igual aos dos outros e a saudade do infinito chega. E com ela a melancolia. É tão ruim isso! Florbela tinha depressão, na época conhecida por neurose. Como ela deve ter sofrido!
Tudo que ela escreveu não eram insights era sua vida de maneira literal.

Viveu intensamente procurando ser feliz na vida. Tinha dinheiro e uma biografia triste. Seus sofrimentos, ela os transformou em obra literária de grande estilo! ela se sentia aquém em dor e desse sofrimento ela fazia sonetos!


                                                        clara3amores

                                                






Ser poeta é ser mais alto e maior
Do que os homens! Morder como quem beija
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do reino de Aquém e de além Dor

É ter mil desejos o esplendor
E nem saber se quer o que deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja
É ter asas e garras de condor”

É ter fome e sede de infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim
É condensar o mundo num só grito!

É amar-te assim perdidamente
É seres alma, e sangue, e vida em mim
É dize-lo cantando a toda gente!


                                                       Florbela Espanca

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