“Aonde vocês querem que estejam, seu pai e sua mãe estarão sempre com vocês.” “Se chover muito e vocês estiverem no colégio, subam para o último andar, porque eu ou seu pai os pegaremos como sempre” ... “Cuidado! Não aceitem confeitos, refrigerantes, nada de comer oferecidos por estranhos.”
Repeti tantas vezes estas frases, fiz dessas frases um “mantra” em minha mente, e à medida que eu as repetia em minha mente não conseguia me sentir segura ou sem medo. Eu temia pelo que eu sinto hoje, exilada, cortada da minha querida “gang”, em que eu era chefinha, ao menos pensava que era! Assim como eu tinha o meu mantra, meus filhos poderiam ter o deles. A cabeça de todo mundo normal trabalha, eu só não sei onde nós, os pais são colocados.
Tenho cachorrinhos, e sempre que os dou a alguém fico muito preocupada se eles serão bem cuidados, se eles vão se adaptar ao novo convívio e ambiente.
Então como eu não poderia ter um amor superlativo por meus filhos?
Hoje eles já estão adultos, casados, cada um na sua, na sua mesmo! De alguma forma eu fiz algo de bom. Eles conseguiram romper o cordão umbilical em bem menos tempo que eu. Talvez eu ainda nem tenha conseguido. Talvez isso também seja os motivos dos meus assuntos!
Que bom que sejam mesmo diferentes de mim. Quando dizem que eles se parecem comigo, no meu íntimo eu sei que não são. As motivações diferem, o composto de atitudes e as respostas para vida não correspondem às minhas respostas. Não que estejam errados, mas os acho diferentes mesmo. É preciso que outras pessoas a quem queremos, queiram também sempre a mesma coisa concernente ao amor e à união.
Hoje, eu vejo que ter filhos não é só vedar tomadas elétricas, colocar redes de segurança nas janelas, ter cuidado com caçarolas com o cabo para fora do fogão para não acidentá-los, mas é ter a sensação que a vida e o mundo não têm sentido com a ausência dos filhos.
Mas chegará o tempo, que isso passará também ou ficará dormente ou completamente adormecido, porque à medida que o tempo passa, as inquietações do coração, com suas exigências ,não farão jus mais ao nosso corpo, ao nosso vigor e o que ainda existe de jovem em nós. Então cedo ou tarde, agora estando mais para tarde, não como o cordão umbilical, mas algo visceral se romperá definitivamente, para felicidade de todos. Aqueles pequenos que aconselhei no começo continuarão existindo só para nós, os pais. Meu “mantra”, minhas orações mais calmas elevadas a Deus continuarão inclusive por mim mesma. Exercer compreensão não é fácil, mas como pessoas civilizadas usemos de categoria como gente inteligente e que conhece seu lugar.
Meus filhos queridos, em nosso pequeno sítio e a última
cria de Dande e Lisbela, os cachorrinhos.
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