Terminando o
mês! Escrevi tão pouco! Porém o que gostaria de escrever escrevi. Não parei de
pensar por me ocupar.
Minha deixa, é
que sempre me sinto um tanto estranha em sentir que estou surpreendendo as
pessoas com minha forma de ver as coisas e pensar. Tento não me ligar muito
nisso não porque posso pirar por eu ter minha maneira própria e bem própria de
pensar.
Creio que essa
é a forma de não abrir mão de mim mesma, de resguardar meu eu e me conduzir de
maneira bem pessoal.
Sei que posso
chocar às vezes, mas eu me choco muitas e muitas vezes com os outros também. Então
está tudo certo.
Melhor seria
se não fosse assim. Mas todas as pessoas por serem diferentes dão conta de si
mesmas.
Mas sou sincera
a cima de tudo, não sou dúbia, conheço meu espaço, e amo com ternura. O problema,
é que as interferências nos atrapalham com suas pressões de querer sempre nos
modelar. E quem age assim não acredito que goste de mim realmente. Eis a
questão!
Ultimamente tenho
passado por muitas coisas e tenho me sentido renovada. Continuo chorando sim. Essa
é minha natureza! Mas tenho aprendido muito também a ser eu mesma. Infelizmente
ainda existem coisas que me aprisionam, mas estou na minha de sempre esperar. Se
for só isso que resta...
Mas peço a
Deus que, por favor, me livre sempre do pior.
Conheço todas
minhas deficiências, mas não estou me exigindo perfeição, queria ser apenas
dotada de segurança em mim mesma, só isso!
Se eu for
aceita de coração por eu ser como eu sou, já está tudo de bom tamanho.
Como ninguém
pode saber nada do que pode vir a se formar realmente em uma pessoa e que pode
fazer o que ela vem a ser, mesmo sabendo que o DNA é uma questão de peso como também
as orientações que se recebe na vida deixa-nos margens para acreditarmos que
nossa escolhas é a primordial das questões.
Quando estou
escrevendo vou prestando atenção em tudo e a todos que me rodeiam e vejo e
sinto nessa diversidade mundos diferentes.
Passando agora
maior parte do tempo no hospital com minha irmã que está internada posso ver
como eu já sabia como somos iguais. Adoecemos igualmente, sofremos dor
igualmente, vemos como somos pequenos igualmente. Passamos a não mandar mais em
nós mesmos e somos dirigidos por estranhos que se interessam pelas doenças por
serem médicos. Uns mais interessados que outros, partindo do principio que
conheço o que se interessou pelo problema da minha irmã nos fez sentirmos
segura em um hospital público. E é num hospital público que podemos ver as
agruras ininterruptas da realidade da vida do mundo médico.
Eu, nesse
clima me ponho só a refletir! E por mais que eu escreva, escreva, escreva nunca
vou me fazer entender plenamente porque plenamente não consigo entender o juízo
de alguns que por passarem experiências tão fortes não meditam e não se
perguntam: o que posso apreender por estar aqui? Porque todos os dias que subo
aquele elevador eu me pergunto: o que
posso aprender disso tudo? Eu preciso melhorar com essa experiência amarga se
não serei apenas uma alga, uma pedra, não uma pessoa!
As coisas
acontecendo me mostram numa exposição de riquezas de fatos, a demonstração dos
que conseguem se refinar, lapidar, melhorar como pessoa e rever suas vidas. Os que
tomam esse intento são sábios! Outros se mantem parecendo um disco vinil
arranhado numa vitrola, sem sair do canto, sem acordar para vida. Não entendem
como é pertinente esse aprendizado! Rever tudo que viveu, como e o que falou. A
dubiedade se torna visível! Fico realmente impressionada!
Não quero
pensar em perdas. Não posso ter recaídas, não quero mais sofrer. Não posso ser
traidora de mim mesma alimentando sofismas aos quais somos tão vulneráveis por
querer agradar a nós mesmos com “realidades” que não existem. Isso não é impossível
acontecer não!
Assim vou
vivendo dentro das minhas limitações, tentando me alegrar com o que sou e
apelando no íntimo que se algo de bom eu merecer que aconteça porque o tempo é
volátil. E estou mandando danar-se palavras inúteis dirigidas a mim em que eu
não sinta amor, que sejam inúteis, machucantes ou dolorosas ou que eu entenda
que queira me diminuir.
Traumatizante só
não é o que a gente vê, o que nós sentimos como açoite mas o que nos oprime também.
Sinto-me tão
cansada! Porém, me conforto que Deus tem seus olhos em alerta sobre todas as
questões, e o resto é resto.
Não importa de
onde venha essa inspiração. Mas esse escritor escreve bonito. Não importa quem
ele seja ou que realmente ele é, mas isso foi escrito lindamente. Para quem? Não
sei!
Seria muito bom se toda personalidade progredisse e se tornasse fulgente.
Dentro do meu
espaço virtual, meu blog, onde escrevo de mim, do que penso, do que vejo e
reflito. De minhas experiências de vida, dos meus sentimentos, dos meus amores,
ganhos e perdas.
Em muitas
ocasiões da minha vida, falei, retruquei, tive ideias de tentativas de fugas,
de resolver meus problemas de maneiras como que a machadadas, muitas vezes fraca,
numa ansiedade louca de ser feliz totalmente, completa dentro dos meus sonhos,
da minha aptidão tão genuína de ser mulher eu sempre pensava em correr atrás. Mas
essa vida é tão estupidamente imprevisível.
Difícil quando
eu estou escrevendo não me lembrar de uma citação de algum autor ou de pessoas que me marcaram como que com um anel de
chancela, como num envelope que dentro tivesse algo de importante escrito. Sim,
é assim mesmo, o anel de chancela, que lacra o envelope com cera, que são minhas
coisas aparentes, e o que tem escrito dentro do envelope são todos meus
importantes marcadores.
Digo isso
porque me lembro das citações de Cora coralina, Clarice Lispector que expõe
tão bem a alma feminina cada uma dando nuances extremas de como é uma mulher e
em ambas consigo me identificar. A dor ensina aos que querem aprender! E lembro
com desvelo de um amigo querido que não
aprecia Clarice Lispector por motivos políticos. Sinto vontade de rir meu
querido amigo!
Tenho observado
tantas coisas na realidade atual, me faltam inspirações para minhas poesias. Não
consigo administrar sonhos, beleza com realidade cruel. Atmosfera de amor e
atmosfera de dor.
Mesmo tendo a
certeza que vai passar, fica nublado, sentido, constrangido. Mas, mesmo dentro
disso tudo minha alma fica feliz por alguma coisa de alívio que possa vim a
causar a alguém. E se for alguém que eu ame, maravilhoso!
Minha vida vai
abrindo em flor, despetalando-se, mas não importa! Tudo é assim na vida! E eu
estou fazendo parte desse privilégio encantador que é viver.
Quem ler o que
eu escrevo, verá minhas cores, minhas nuances, minha capacidade, meu nível de suportar,
agir, fazer e enfim viver!
À medida que o tempo vai
passando, com todas suas ondas, calmarias, pancadas de chuvas e torós, podemos
ver que a vida é, digo isso tantas vezes, inesperadamente como um arco íris em
suas nuances.
Dentro de uma circunstância
difícil por assim dizer, meu Deus! Aparece uma luz, stelar, graciosa que abre
os sorrisos. Tenho tido isso no decorrer da minha vida, entre as flores do meu
jardim de afeto! Minha gente, isso se chama graça, benignidade imerecida,
presente de amizade sincera.
Hoje foi um dia especial,
memorável, recordações sem fadiga. Dentro de um contexto só meu, das minhas
irmãs e do aliado tempo. Agradeço dentro de muita emoção sem entender bem como
o passado se une ao presente de forma harmoniosa como um belo mosaico.
Refiro-me ao refinamento, delicadeza,
gentileza e bondade de quem posso chamar de amigo, Dr. André Saldanha,
cardiologista, geriatra, meu amigo!
O tempo passou, mas como
penso e sempre escrevo e digo, o verdadeiro fica, marca presença, reintegra e
abre a flor das ternas recordações.