Livraria Cultura

domingo, 9 de agosto de 2015

O QUE POSSO SER...

                                                                   

                                                                           



Tanto tempo mergulhada em tantas questões, afastando-me de mim mesma para me sentir. O que fui, o que sou e o que posso vir a ser. Vir a ser, uma das maiores interrogações que se prende em mim.

Em muitas ocasiões já me encontrei tão cheia de mim mesma e me sinto agora tão sem inspiração, tão desconectada com as emoções que estão sempre a me embalar. Não estou gostando de lembranças neste momento porque as comparações aparecem e elas não mudam nada, são inúteis, foscas e criam confusões em minha mente. Meus profundos sentimentos são inquietantes, não são mansos e me enfraquecem.

Esses últimos três anos foram intensos, mas bem vividos. Com alegrias e lágrimas, realizações e frustrações, desejos e vontades, algumas realizadas e outras castradas por impossibilidades impostas sei lá pelo quê. Se pela vida, se por consequências, se por azar ou sorte.

Tenho continuado minha vida num oceano de expectativas infindáveis, espectadora de fatos tão inesperados como aflitivos que de só saber que está acontecendo causa-me perturbação e momentos improfícuos.

Minha pessoa que sempre gostou de debater-se no harmonioso onde reinam as paisagens belas, flores, bichos, carinhos, aroma, luz, calmaria e, tudo que contrabalance com os contragostos da vida tornar-se carente de criatividade e me coloca em fuga...

Fui imensuravelmente tola em momentos da minha vida quando fui crédula e amante do bem. Fui tantas vezes embebecida pelos bons tratos e embrutecida por incompreensões e ingratidões.

E todas essas coisas me fazem compreender e confirmar que eu sou uma fagulha numa infinita amplidão. Tão rápida sua claridade que de repente se torna inexistente.

                         
                                                                                                                                    Clara3amores®