Hoje,
Pernambuco em especial no cenário do mundo, sofre a dor e a decepção contraída
pelo imprevisto da morte do pernambucano carismático Eduardo Campos.
Lamentavelmente o avião que o levava, ao sobrevoar Santos
caiu depois de ter sido visto com chamas.
Aos quarenta e nove anos de idade, esse homem, que
deixou o Governo do Estado de Pernambuco para se candidatar a presidência da
república foi ceifado desta vida
prematuramente sendo vítima do a caso.
Que pena! Sinto-me profundamente sensibilizada por
esse fatídico momento que sobreveio sobre sua família.
Há quem possa dizer que isso acontece todo tempo e
em todos os lugares, isso não deixa de ser uma verdade. Porém, existem fatores
que nos tornam reflexíveis em casos assim porque são completamente fora da
cogitação popular pelo vigor e empreendimento junto com uma simpatia peculiar e
tão sua. Os Pernambucanos admiravam e gostavam muito de Eduardo Campos por ele
demonstrar um denodo à vida, junto de um exemplo de pai, esposo, filho, amigo,
dentro de uma elegância sua e natural. Sendo parte de uma família aristocrática,
mas guardava uma simplicidade que atraia e o fazia uma figura maravilhosa de se
ver. E essas coisas, que já mencionei uma vez que não se compra, a pessoa nasce
com ela. Dentro do quadro do mundo onde algumas coisas se tornam naturais como
a figura ausente de marido e de pai, Eduardo Campos deixa uma esposa que sempre
se sentiu feliz ao seu lado e em sua companhia, um pai estimado e respeitado
por seus filhos podendo a vir se tornar como um mito nesse mundo em que as
famílias estão se esfacelando de maneira tão frágil. Poderia me alongar em
tantos por menores da sua vida política, mas isso seria redundante, haja vista
que “A Voz do Brasil” do dia 13 de agosto de 2014 falou tudo esmiuçadamente.
Para sua casa linda cheia de alegria, com
adolescentes e jovens...
Infelizmente ontem foi a pancada forte. Hoje deve
estar extremamente dolorido.
E eu continuo a ver e constatar a vulnerabilidade
da vida e concordar com o profeta Jeremias que expressou verdadeiramente: “...
Não é de o homem terreno o dirigir do seu passo”. Je 10:23
Eu gosto de dirigir meu
carro sozinha quando volto do hospital toda tarde quando vou deixa-la. Escuto
minhas músicas na altura que eu gosto sem ninguém estar conversando comigo.
Fico só com meus pensamentos, onde ele pergunta e responde ao mesmo tempo. É
cansativo ser acompanhante de quem está debilitado, mas gratificante quando
vemos e sentimos algum sucesso. Isso está acontecendo comigo. Sei que é por
algum tempo e esse tempo se esgotará. Ela voltará para sua casa, marido, sua
vida!
Penso também que são tantas
coisas envolvidas nisso, sempre em tudo que vejo e sinto e decido e entendo que
nada do que fazemos nessa vida nos deixará como nós éramos antes porque
irremediavelmente sempre deixam e levam coisas, esses acontecimentos mais
sérios.
Levando em conta então os
relacionamentos! Sim, porque quanto mais próximo ficamos de alguém e alguém de
nós, é claro se evidencia nossos defeitos, nossos erros, falamos e ouvimos o
que não queremos.
É uma coisa meio complicada porque às vezes
nosso silêncio em determinadas situações incomoda. Nossa postura nossa forma de
falar, o que pensamos o que expomos em atos e gestos... Ah! Como as pessoas
complicam!
E quando passamos para a
convivência no hospital é muito complicado para mim. Não aguento ver
negligência! Tomo defesa até de quem não é nada meu e por aí vai.
Dentro do meu carro,
dirigindo, faço meus pensamentos ficarem em ordem. Reflito no que aconteceu,
porque cheguei até ali, no que poderá acontecer depois quando cada um voltar
para seu lugar. E vem uma resposta intuitiva que nada será mais como antes por
que nesse íntere muitas coisas foram abreviadas, cortadas, sonhadas e não realizadas
formando uma nova experiência de vida. E quem aprendeu, aprendeu!
A certeza do dever cumprido
mais uma vez se apodera de mim dando-me um refrigério, um conforto mental por
não ter tido medo nem ter sido negligente me superando outra vez sem ter sido
como tantos de enxergar somente o óbvio.
Conheci pessoas como Tati
e outras pessoas que conseguem levar sua vida com sua limitação. Sinto muita
pena de Herlene que gosta do meu perfume, gosta de olhar para mim e diz que tem
medo, não gosta daquele lugar, não gosta de ser hemodiálítica, gosta de alegria
e trabalhar. Ah! Meu Deus!!!! É hostilizada pelos outros da sala porque geme, chora, e tem
dificuldade de suportar as 4hs de diálise.
E entendo que se a
pessoa não viver determinada situações sendo elas ruins e sendo ela boa você
será apenas um ser vivo oco, sem nada para oferecer num momento inesperado como
esse que vivi, porém com muito amor!
Serão momentos memoráveis
como filmes que assisti com minha irmã, como quando lavei seus cabelos, dei
seus comprimidos, a vi cuidando das minhas plantas, no jardim, no percurso da
hemodiálise, nos dois meses e meio de internação hospitalar e preocupação
intensiva.
E sinto agora que tudo está passando, seis
meses já se passaram e sei que posso sofrer a falta desse inesperado, no
relaxamento de toda essa tensão.
Os momentos para mim
parecem um gás, evapora-se, nem sempre sendo fugaz! Verdades e aceitações ou como queiram...
Neste quase amanhecer, sinto que
quase tudo é como um dia! Depois de um claro dia de sol, entardece e a noite
cai. Sinto também que há dias aparentemente mais longos cheios de ansiedades e
quanto mais à pressa mais ele espreguiça-se e demora numa indolência de como alguém
que está exposto a um sol causticante. Esperança existe que como outros, esse
dia imprevisível e incômodo possa passar. Mas nenhum dia é ou será igual a
outro! Sofrimentos alegrias esperanças e coisas inesperadas os ocuparão em cada
uma das suas horas.
Vejo que nossa limitação humana
nos obriga a andar por passarelas que nos dão medo, mas mesmo assim passamos
por elas almejando o outro lado apenas por uma confiança ou crença e até mesmo por
alguém.
Os dias não são maus! O mundo e
às pessoas é que os fazem ser. Essa é a verdade dos fatos!
Mas de repente podemos ter
surpresas quanto a isso também! E muito bom quando as temos. Quando a surpresa
nos surpreende realmente nos dando alegria.