Quando você sente uma
fraqueza muito grande que você não sabe de onde vem, nem o por que justifica, a
melhor coisa é ter um pouquinho de coragem e sair daquilo que você não sabe
explicar e ninguém entenderia, e agora eu sei que não é fácil alguém me
entender mesmo... Sei que ninguém é obrigado a isso...
Tenho sorte por todas as pessoas
que me rodeiam por perto e que me rodeiam por longe. Sou grata realmente por tudo que já recebi e recebo de pessoas
especiais.
Andando lá pela fazenda Goto,
olhando as plantações feitas por ele, me veio mais uma vez a questão daquilo
que fazemos quando estamos vivos. Sem pensar na idade que estamos sendo importante
mesmo “o deixar”. Seus netos e bisnetos
velam seu nome e mesmo os nascidos no Brasil são ensinadas as tradições de Goto-san.
Lembro-me dele quando
conversava com meu pai. E minhas lembranças dele ficaram mais aguçadas com as
fotografias que vi. O tempo passou e meus pais também não estão mais aqui. Não foram
fazendeiros, mas deixaram muitas coisas comigo.
Interessante quando me vi
lavando os pratos na roça, na pia de kaatchan (mamãe) que a fizeram baixinha
para ela, porque numa pia convencional ela precisava subir num banquinho para
alcançar a torneira e os pratos. E eu fiquei olhando com meus pensamentos que
temos sempre muito a aprender com outros. Coisas boas que só nos melhoram. Saudade
do que não era meu.
Andei pela mata que havia
andado há um ano a trás, tudo tão bom de novo! Eu me sinto tão feliz lá. À noite
eu deixava a janela aberta do quarto que eu dormia para ficar olhando as
estrelas no céu de Taperoá da Bahia e eu me sentia feliz de novo por estar ali.
Dormia bem, acordava bem. Parecia que não era eu. E a realidade dura chegava, entendi
que para eu estar bem no momento seria uma “fuga” do que nos pode entristecer,
do que dói e incomoda. Vi os guaranás, cacaus, cupuaçus e as flores tropicais
que Goto-san e Kaachan cultivavam.
De longe da mesa que
almoçamos, víamos os vales todos verdes! E esse dia na roça foi o dia que
antecedeu minha volta.
No mar no barco eu não
conseguia pensar em nada. As crianças Riguen, Tadao e Myia só nos davam alegria
e eu os contemplava porque não davam trabalho.
Muitas vezes me sentia
cansada sim e dormia cedo. E a fraqueza que eu sentia era superada simplesmente
por eu estar ali.
Dentro das minhas considerações,
minhas verdades precisam ser reveladas.
Não tenho nada mais como
absoluto. Sei que circunstâncias podem mudar...
Tayki, Tayo e Clare
Tadao
Miya e Cristian
Rigen e Tadao
Takeche
Clara3amores®