Nove meses se
passaram tão rápido dentro dos problemas de saúde da minha irmã já escritos
aqui. Fiquei feliz de vê-la voltar como eu não a trouxe, andando forte
suficientemente para seguir pelo corredor do aeroporto ao avião e ficar em uma
hora de atraso do mesmo. Que bom! Ela foi, deixou as plantinhas que cultivava
todos os dias porque não pode leva-las.
Quando cheguei
a minha casa vieram tantas lembranças desse tempo, desses nove meses. Momentos
tão difíceis e outros tão bons. Fica sempre esse vazio que na vida está sempre
acontecendo nas idas e vindas que estão em minha vida. Coisa que tanto falo e
que estão enpreguinadas nas paredes da minha casa. Fico feliz também pelas
voltas. Sim que voltem sempre!
Os que foram, como minha mãe, meu pai, meu
cunhado que estiveram sempre aqui, quando puderam ou quando precisaram me
deixaram lembranças que nunca esquecerei. Nossa! Meu pai que morou comigo nem
falo, foi um aprendizado.
Dia 22 de
outubro dia da última hemodiálise da minha irmã aqui foi um dia muito reflexivo para
mim. Pensamentos sobrevinham, desengavetavam coisas que eu já nem pensava mais.
E ontem quando a deixei no aeroporto fiz questão de pegar o mesmo caminho, mesmo percurso do hospital quando ia
leva-la e busca-la, foi muito estranho!
Parando nos mesmos sinais, lombadas, curvas, margem do rio. Tudo me falava um
pouco e eu ia respondendo...
Sei que mais
uma etapa se foi. E o nervosismo, cansaço às vezes, os stress das expectativas
se transformam agora em esperança, um senso superlativo de que temos muito a
aprender e a viver.
O que ficou
disso tudo foi o que vi. Pessoas superando problemas renais que eram apenas
respostas de outras doenças que os rins não suportavam. Como cirurgias de todas
outras áreas, inclusive câncer, diabetes, pressão alta, partos, avcs e muitas
outras doenças como a auto imune que a acometeu minha irmã.
Penso em
Herlene que faleceu, falei dela aqui também. A que gostava do meu perfume e
olhar para mim. Meu Deus!
Junto da sala
de hemodiálise ficava a sala de quimioterapia e eu ficava também muito
reflexiva quando precisava ir lá para pegar etiquetas das receitas dos medicamentos dela quando
a impressora falhava.
Foram tantas
coisinhas assim. Até o estacionamento às vezes havia ou eu via coisas que me
faziam parar para pensar.
E de disso
tudo eu saia de mim mesma, do que sou para viver outra de tantas que existe em
mim.
Da cama dela na minha casa era essa sua vista
NA SALA DE HEMODIÁLISE
REGINA, CAMILA, DIANA
MAIARA
Um dia num passeio...
Eu? vou indo...
Clara3amores®
(SUGESTÕES DA VIDA) ESCRITO EM AGOSTO RELATIVO A ESTE ASSUNTO.
SE QUISER VER SUAS IDEIAS SOBRE O BRASIL É SÓ ADIANTAR
Neste momento em que o país
todo se coça, usa frases feitas, escandaliza um, escandaliza outro, um puxa
encolhe miserável de ideias repetitivas e reclamações efetuadas as que já estão
em pauta falando-se tantas coisas que devem ser apoiadas, ou diluídas porque
são boas para uns e más para outras, enquanto isso a televisão vem abrindo
espaço para aquilo que se nossos pais vissem não acreditariam. Digo isso porque
meu próprio pai chegou a ver coisas que se recusava a acreditar e não
acreditava mesmo em termos de canalhice política e social. Há três anos que ele
morreu e vejo que essa canalhice só proliferou.
Eu só gostaria de saber como
cidadãos que desconhecem o que é família, amor, convicção e seriedade de planos
podem julgar quem é melhor para lhe representar.
Penso que às vezes nem são
os que estão no topo que podem fazer a diferença, mas os mais ricos são os que
têm mais possibilidades, bem mais espaço.
Assisti a uma entrevista com
Adélia Prado e meus pensamentos betem com os dela em relação ao que está
acontecendo no nosso lugar, no Brasil, no mundo globalizado. Ela compara a uma
disseminação de falta de valores como bactérias alastrantes e mortíferas e
irrecuperáveis.
Falar do passado para quê? Se
for melhor, se era pior... Quem viveu, disseram que estavam vivendo seu pior na
época e estão todos de volta por aí e estão sendo bem aceitos. O que não
realizaram quer realizar agora dentro de uma explosão demográfica, ausência de
ética, e louvação ao desnatural.
Os departamentos humanos, eu
percebo são eles que elevam seus candidatos comprados pelo que lhe beneficiou,
os outros departamentos que não foram beneficiados tentam soterrar quem não os
lhes alcançou e por aí vai os repertórios de injúrias.
Sinto por essa sociedade que
não se dá valor, que se deixa comprar, vender, barganhar. Onde seus valores éticos
e morais estão na lata do lixo junto com sua ignorância e seus pobres valores.
Sinto muito por essa roda
viva dos mesmos, de abutres, hienas famintas por dinheiro e poder.
Sinto muito pelos que
continuarão nas periferias imundas no frio, na fome, na necessidade extrema quando
isso foi lhes prometido à redução “0”.
Sinto muito que os que
tiveram a sorte de conseguir emprego percam seus horários de trabalho por falta
de condução e mulheres são abusadas nesses desconfortáveis veículos urbanos enquanto
isso homens trabalhadores ficam sem suas carteiras com o dinheiro que compraria
o seu pão porque homens de bem simplesmente convivem com marginais na mesma
sociedade sabendo que como não há lugar para detê-los muitos que estão presos
voltaram para ruas para essa “magnifica” convivência!
Gostaria de coração ver e
saber quem será esse alguém sobre humano que resolverá problemas de facções e
fará as comunidades dormirem em paz sem tanques de guerras, trincheiras,
militantes do bem e do mal, usurpadores, assassinos fardados .
Quem garantirá que as
crianças das metrópoles não serão mais vítimas de balas perdidas e quem
garantirá um futuro aprazível.