Desde adolescente quando eu lia os romances clássicos, eu sentia saudade dos atores que eu não conheci. E durante as tardes no meu lugar de refúgio" eu lia e ficava sonhando com eles. Como se podia morrer de amor?
Álvares de Azevedo, que escreveu "Lira dos 20 Anos" faleceu com esta idade, depois de escrever tantas coisas lindas. Esta tarde me apercebo desta estrofe que chega como uma brisa de saudade à minha mente: "Respiro o vento e vivo de perfumes/ No murmúrio das folhas das mangueiras nas noites de luar/ Aqui me debruço/ E a lua enche de amor a minha esteira".
Esta saudade de quem não conheci faz parte de um sentimento que quase todas as pessoas sentem quando elas vivem mais um pouco e percebem que ficaram lacunas em suas vidas que não foram preenchidas e que fatidicamente elas não poderiam ser ignoradas.
"Respiro o vento e vivo de perfumes no murmúrio das folhas das mangueiras
Nas noites de luar aqui descanso e a lua enche de amor minha esteira".
Álvares de Azevedo pouco tempo depois morre mergulhado em seus sonhos excluso em sua esteira.
Alvares de azevedo e sua Lira dos vinte anos
Para mim o escritor mais bonito,Visconde de Taunay e sua "Inocência".
Bernardo Guimarães com seu polêmico "O Seminarista" e "Escrava Isaura".
Tantos outros que sonharam em sua nau, e deixaram sonhos para outros sonharem.
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