Hoje eu li uma carta (rascunho) que eu escrevi algum tempo atrás.
Com certeza esta carta me fez pensar em muitas coisas, como por exemplo, situações que podem mudar. No momento em que escrevi esta carta, carregada de sentimento, profunda preocupação e anseio de melhorar uma situação, eu não imaginava que 3 anos depois eu viesse a encontrá-la numa condição tão diferente e em paz no que diz respeito ao assunto nela abordado. Refleti de maneira concreta com a carta nas mãos, que a vida é como se deitássemos com um lençol curto. Querendo cobrir a cabeça, descobrimos os pés. Querendo cobrir os pés, descobrimos a cabeça. Mas no específico caso, que na época desfavorável, eu não “me cobri toda” e não senti frio. O frio para mim é peculiar no meu estado de tristeza e eu por algum motivo não senti “frio”, e não estou sentindo agora.
O meu desejo atual é que as pessoas envolvidas neste caso específico, todas elas se sentissem como eu me sinto. Estando de cabeça erguida eu olho ao meu redor, vejo e sinto que eu nunca estive sozinha. Eu acho até que já escrevi isso: Eu nunca estive sozinha!
Foi muito bom essa carta parar em minhas mãos novamente porque o desespero e a falta de lucidez não me acometeram e eu não agi com injustiça. Não vou dizer que fui uma rocha inabalável, como não sou até agora. Eu me abalei mas não perdi os sentidos nem a coragem de encontrar, de ver uma estrada. É claro que os “por quês” não saíam da cabeça, mas eu pensava sempre que se eu amar, respeitar esse momento e aceitar, eu conseguiria.
Quando eu comecei a escrever neste blog já fazia muito tempo, um pouco mais de 2 anos, que eu havia escrito essa carta e eu me senti muito feliz por entitular meu blog de “Verdade e Aceitação”, porque no momento dessa carta a verdade estava sendo dura e a aceitação era um esforço. Eu precisava me ver como qualquer ser vivo.
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