Livraria Cultura

quarta-feira, 7 de março de 2012

EU E O QUE ME CERCA...

                                                                               
            Eu estou percebendo que estou escrevendo sem a dosagem certa do que me propus. Minhas maneiras de eu ver as coisas seriam mais importantes do que qualquer outra coisa, porque é isso que eu gostaria que ficasse sobre mim. Mas eu estou entendendo agora que é tão difícil realizar isso, porque eu sendo o que sou fica difícil mesmo eu me expor com tanta transparência, como diz a pessoa que confio cortar meus cabelos do meu jeito. Como ele diz, se eu não me deixar transparecer, não sou eu. É aí que tudo se mistura. As coisas em nossa volta mudam mecanicamente. Prédios, rodovias, celulares, computadores, a paisagem, o ar que respiramos e até mesmo corações.
            Meu interior, e acredito que o de muitas pessoas não é assim. Somos a menoria em querer conservar o que não podemos. O mais fácil é o descartável e é impossível neste momento se propor um pouco de cautela ao que se pode conservar. Eu posso conservar as coisas que me são tão especiais, importantes e alicerces de valor? Não. Não posso. Houve movimentos fortíssimos na História para se destruir o conservadorismo. Talvez eu estivesse até dentro, mas não, eu acho que não.
            Hoje em um mundo em ebulição, eu no fundo sou conservadora. Puxa, isso é tão abrangente! Mas explico. Sou conservadora em criação de filhos, acho lindo o linho passado em goma, gosto mais do clássico, gentilezas, olhando no olho, ocupações domésticas tradicionais, sou contra sacolas plásticas, as obras em livros e filmes fictícios me tiram o sono (estou escrevendo isso e estou vendo na minha mente casais na calçada vendo seus filhos brincarem com terra, correndo para lá e para cá, atrás de outras crianças, casas, ruas e vilas sem prédios ). Eu sou assim, digo isso mais uma vez, mas não digo que estou certa. Sei que milhares de pessoas se beneficiam e até se viciam no estilo de vida atual.
            Pelo amor de Deus!! As moças não diferentes dos rapazes se deitam em plena avenida em São Paulo, perto do Masp, com seus cigarros de maconha reivindicando que não coloque policiamento na faculdade de São Paulo depois de haver tanto estupro, assassinato de meninos bons que queriam estudar, tinham projeto na vida, enquanto outros querem liberdade para cruzar ao ar livre e sem interrupção de seguranças. Uso o termo cruzar porque dentro do meu conservadorismo, sexo é outra coisa bem diferente e melhor!
            Houve outras greves no país inteiro por passagens de ônibus. Essas foram de cair o queixo!! Quem puder me explique. Como pode se lutar por direito, por justiça, com molecagem, vandalismo, maldade e irreverência? Esses jovens com educação tão peculiar são filhos do quê? Parecem androides do mal. Mas o que está falando (escrevendo) não é meu conservadorismo não, é a visão da minha consciência. E eu fico pensando: esses são os pais e as mães do futuro, se futuro para eles houver!
            Gostaria também de registrar que meu conservadorismo não deixa de admirar artes abstratas, filmes de Pedro Almodóvar e as obras esculturais de Brennand que nos impele a crer e ver que o homem é para a mulher assim como a mulher é para o homem, sem existir meio termo.
            São manifestações de quem tem a capacidade de expressar o que é, nas pontas dos seus dedos. Aos anônimos ou conhecidos e que não chegaram ao pódio, parabéns!!
            Mas o que é complicado, que esses vândalos que falei no começo, eu sei que existem trabalhadores, “feras” que merecem um lugar ao sol também e que o pano de fundo das vidas deles nem sempre são coloridos. Sou conservadora mas não sou burra, apesar de loira!
                                                                           

                                                                                                              clara3amores

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