Há muito tempo eu tenho uma amiga. Quando a conheci éramos como se diz hoje, pré-adolescentes. O nosso crescimento como pessoas era muito parecido. E a gente sempre perguntava uma para a outra como deveria ser o nosso futuro. Naquele exato momento estávamos atravessando a Praça 13 de maio porque vínhamos da biblioteca e caminhávamos em direção à Faculdade de Direito.
Ela afirmou isso com muita certeza, e ela conseguiu! Mudou de cidade, casou com um Dr. Odontobucofacial e teve dois filhos.
Eu a essa altura do campeonato já tinha meus dois filhos grandinhos, já estava casada há mais tempo que ela. Casei aos 17 anos e ela aos 23.
Fui a Natal visitar minha irmã e marquei um encontro com esta amiga no Shopping e conversamos muito. Ela deixou de advogar para cuidar de um filho; o primeiro filho dela, hoje com 23 anos.
Fiquei impressionada com o despreendimento dela. As palavras dela foram estas: “Sou enfermeira do meu filho com muito amor e esta profissão não é inferior a nenhuma outra.” O casamento dela terminou quando esse filho tinha 15 anos, e este fato promoveu uma depressão que hoje o atinge com severidade.
Quanto a esse assunto, sobrecarregada com esse problema, ela continuava a mesmíssima pessoa que eu conhecia, a mesma amiga, a mesma pessoa! Percebi que ela estava totalmente inteirada ao assunto e estava ajudando o filho com uma maestria própria dela. Quantas besteiras superficiais, quantos conceitos e quantos pensamentos que só são soluções nas páginas dos livros! Na maioria dos casos é assim mesmo! Eu sei que é e ponto final. Nenhum livro de auto-ajuda cura uma depressão endógena. A partir do momento que o gatilho é disparado num momento que foi crucial em agredir sua alma, você terá que aprender a respeitar você mesmo e procurar ajuda médica, porque se não fosse assim Jung e Froid seriam dois idiotas.
Já li muito sobre isso, transtornos psíquicos, mas para mim ninguém pode se buscar na ideologia, experiências, reações, o quê e como lhe afeta algo. Partindo da ideia que cada pessoa tem sua crença, seu campo social e familiar, as coisas que você aprova e desaprova, o que tem o poder de lhe erguer e o que tem o poder de lhe derrubar. São muitas, muitas, muitas e muitas coisas envolvidas!
Por exemplo, esse rapaz que eu mencionei é altamente inteligente, estudioso (atualmente não consegue frequentar a faculdade), gosta de ler a Bíblia, pesquisa sobre o seu problema, anda sempre de mãos dadas com sua maravilhosa mãe.
O meu encontro com ela deixou em mim a certeza que eu sempre tive a seu respeito. Forte, lúcida, corajosa, sobretudo sabe levar as coisas da vida. Aí eu penso, relembrando nós duas atravessando a Praça 13 de maio tão cheias de sonhos, os corações como duas páginas em branco. E eu escrevendo isso vem na minha mente, nem sei o porquê, aquela música de Caetano Veloso:
“O sol nas bancas de revistasMe enche de alegria e preguiça
... Eu vou sem lenço e sem documento, nada nos bolsos ou nas mãos....
Alegria, alegria.”
CLARA3AMORES
muito bom esse comentario da minha história.A vida nos impõe coisas muito interessantes, eu tenho vivenciado coisas que as vezes me assusta.
ResponderExcluirEu digo para mim mesma: - meu Deus eu não planejei isso pra mim, eu não estou preparada pra enfrentar isso e eu mesmo respondo, você está sim acredite. Passados algum tempo depois de certas tragedias que vivencio eu digo pra mim mesmo, consegui vencer mais um capitulo desse episódio, acho que o caminho é esse mesmo, sigo em frente como quem ganhou um troféu. Muita paz
Seu trofél é a coragem que você sempre teve em si. É por isso que você segue sempre com ele. Mas nessa vida tudo passa. Momentos são como meteoros. Gostaria de poder ajuda-la. Mas como você mesmo diz a FÉ produz perseverança.
ResponderExcluir"Porque todas as coisas escritas outrora foram escritas para nossa instrução,para que, por intermédio da nossa perseverança e por intermédio do consolo das escrituras, tivéssemos perseverança". RO 15:4 beijo e retribuo com amor paz. clara3amores