A princípio só os intelectuais conhecem as riquezas de uma região. Essa novela mostrou para o Brasil as riquezas do Nordeste. Eu particularmente fiquei encantada com o esmero da produção com o figurino dos Brogodonenses, os lindos vestidos, embora exagerados com o acompanhamento dos balangandãs de D. Ternurinha; os vestidos longos, floridos de D. Florinda e os das suas filhas e irmã, muitas vezes em linho bordado e cheios de ponto corrente ou cairel. Sem falar em Antônia com seus vestidos em rechiliê. Os menos favorecidos, como Filó e as crianças com suas vestimentas em linho amassado e envelhecido. A mãe de Açucena com suas blusas de linho muito bem passadas. Que realce! Falar de Miguelzinho não é nem preciso. Ele é sempre estrela de primeira grandeza. O figurino de Cauã Reymond e dos cangaceiros, primor e categoria em originalidade com riquezas de detalhes, capricho até nas tendas onde o cangaço reinava em terra ressecada.
Para quem não sabe, em Pernambuco existe as cidades sertanejas, Cabrobó e Orobó. Acredito que a novela Cordel Encantado foi inspirada numa dessas duas cidades, que por sinal eu conheço a aridez que faz juz do cenário de Brogodó.
Que lindos também os vestidos em filé colorido de Açucena. Linda como tal e como a princesa Aurora. Um primor em sua realeza!
Para mim o ponto auto é o relacionamento dos nordestinos do interior. Tão bem interpretados pelos gestos, vocabulário, o respeito dos filhos para com os pais. Jesuíno com o seu pai rei do cangaço realçou este respeito, de um menino homem com o seu pai, a quem o tratava de "meu pai". Em alguns momentos os nordestinos deixam o "painho".
A coroação de Jesuíno foi esplenderosa! Que rapaz bonito! Filho que toda mãe quer ter, como o pai dele disse: corajoso, justo, leal. Dividiu o tesouro para reconstruir Nova Cruz, foi quando seu pai reconheceu seu valor.
Timóteo teve o fim que merecia, como todo o mau. Mas não podemos deixar de aplaudir seu desempenho. Mais uma vez Bruno Gagliasso deus um banho de interpretação.
Por último o exemplo de um homem que só num Cordel Encantado pode existir: o Zenóbio com sua frase de biólogo: "o tempo tudo cura" e sua cultivada flor azul que ele nomeou Florinda, o nome de sua mui amada.
Espero que esta novela tenha mostrado ao Barsil a riqueza cultural que o Nordeste oferece em sua arte, culinária, povo generoso, sofrido e forte.Este é meu olhar para o Cordel Encantado.
Oxênte! Se aquete, visse?
Bom por demais da conta!
Aperte o pitoco...
É do pernambucano e ninguém tira e só o artista estuda e imita.
Seria impossivel retratar a beleza dessa produção artística a menos que a sensibilidade dos olhos falem!