FRANCISCO BRENNAD E SUA ROSA DA TEMPESTADE

                                                       

                                          UMA DAS MAIS BELAS CRÔNICAS, SE NÃO FOR A ÚNICA, FEITA PARA MULHER QUE EU JÁ TENHA LIDO.  BELEZA EM MÚSICA E ESCRITO E ARTES.                                  

                                                      É SÓ CONTEMPLAR!

“O pensamento é uma qualidade da própria alma, que a si mesmo se multiplica”. (Heráclito de Éfeso)

A ARTE DE FRANCISCO BRENNAND

No caminho para este lugar, qualquer pessoa que ama a natureza fica impressionada quão tão lida e preservada por Francisco Brennad. Às árvores que pelo tempo são tombadas imediatamente são substituídas preservando o espaço da que se foi. É admirável o zelo de homogeneizar a arte com a natureza. Essa mata, resquício da mata atlântica, é um deslumbre com suas plantações de palmeiras fênix e as nativas da região. Nós podemos sentir sua sensibilidade em tudo que faz, expressada do íntimo sem nenhum temor dos pudicos.

A mulher é notoriamente contemplada em suas formas naturais. A contemplação de Brennad é apreciar a mulher em suas fazes: menina, jovem, e a mulher propriamente formada com o que a natureza lhes permitiu. A idéia de bela mulher para ele existe, porém como já dito no seu natural.

Diferente da exposição das suas cerâmicas que são conhecidas no mundo, talvez mais do que no Brasil, ficam a céu aberto como uma cidadela mitológica. Essas pinturas e desenhos femininos são expostas num Studio que tem outra atmosfera. Ele realmente sempre esteve além do seu tempo e nós podemos sentir isso. Porque digo isso? Nesse Studio onde suas obras são expostas, podemos ver as datas, e podemos ver como tão jovem era quando às pintou, artista nato.

Quando entramos nesse Studio, damos de frente com algo que ele escreveu num painel enorme em relação à arte, especificamente aquelas. Enquanto alguns “moderninhos” dizem que quem vive de passado é museu, quanto a isso em seu ultimo parágrafo desse painel ele escreveu: “Esse estranho e compulsivo desejo de rever cadernos e notas é a sintonia mais alarmante, que de antemão comprova e prefigura a imobilidade. Na conclusão renascentista de Peter há uma referencia a provável afirmação de Heráclito, de que tudo passa e nada permanece. A compilação dessas notas obriga-me a ordenar cronologias e consequentemente a reivindicar um passado, o que de imediato me dá a ilusória sensação de ter vivido.

No princípio nada passava de confusos sonhos de um forasteiro, desencadeados pela rosa da tempestade”. (Francisco Brennad)

E está lá seus sonhos como carimbado com anel de chancela. Seu tempo, sua tempestade juvenil, varonil, viril.

                                                   Clara3amores®