Livraria Cultura

segunda-feira, 9 de abril de 2012

AS PALAVRAS PODEM TOMAR FORMA EM UM AGRADÁVEL PASSEIO DE BARCO


                                                                             
                Foi incutido por minha mãe uma coisa muito forte em relação às palavras e a força que elas têm. Mamãe era uma pessoa de fé e sentimentos bons, mas ela tinha uma sabedoria própria e alertava aos filhos sobre este poder das palavras. Eu era muito criança. Às vezes eu queria fazer uma coisa e mamãe terminantemente dizia “não”. Eu ficava com raiva e dizia: “Então eu vou para a escola e não volto!” Então ela dizia: “Nunca diga essas coisas porque as coisas podem acontecer de maneira diferente”. Aí contava uma his ou estória (até hoje eu não sei) no mesmo sentido do nosso assunto. Eu sentia tanto medo que no mesmo instante ficava repetidas vezes pedindo perdão a Deus. E sempre que escapa frases irrefletidas eu continuo pedindo perdão a Deus até hoje. Mas o contrário também valia. E muitas coisas que hoje eu tenho expressado ou desejando fortemente, têm acontecido. E eu lembro dela! Coisas simples, outras que não são. Estas coisas não simples, a quem estiver ligado ao ler esta página, a carapaça lhe servirá.
                Mas hoje o dia foi tão bom! Eu o havia desejado e comentado com meu marido. Eu não posso levar sol, e com isso, depois que os meninos cresceram eu não fui mais à praia. E esta semana eu desejei levar sol, entrar no mar, na piscina, ficar na praia.
                Hoje, domingo, uns amigos nos convidaram para ir à praia. “Vamos a la plaia, ô, ô, ô”. E fomos. Esses amigos de tanto tempo têm um barco, e eu andei no barco! Ele deslizava no mar, a minha mão deslizava na água e eu sentada no banquinho, do barco com meu amigo. Minha mão dentro da água parecia o tempo da minha vida passando pela minhas mãos. Eu olhava minha filha, ela junto de mim, também o marido dela. Estávamos ali. Ninguém sabia que eu tinha desejado aquele momento. Minhas palavras transformaram-se em movimentos do meu desejo.
                Meu marido passou o dia pescando no barquinho e eu e os meninos passeamos à tarde. A tarde ensolarada, o dia lindo, tudo em paz! Quando eu digo “tudo em paz”, eu estava em paz, em equilíbrio, sem nenhuma ansiedade.
                É impressionante como nossa existência é cheia de altos e baixos! Mais impressionante ainda são algumas pessoas que passam por esses altos e baixos e não se apercebem dessas sutis diferenças que nossa existência oferece.
                Os momentos bons e tudo em nossa vida, por mais simples que seja,devemos agradecer a Deus porque tudo é fugaz.
                Eu estava no barquinho, hoje eu estou aqui e assim o crochê de nossa vida vai se tecendo em pontos longos e pontos mais apertados. E no fim com certeza uma bela arte estará formada para quem souber apreciá-la.
                                                       

                                                                                                        CLARA3AMORES

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