Livraria Cultura

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

EPITÁFIO PARA UM CÃO


         Perto daqui

        Estão depositados os despojos

        Daquele que possuía beleza sem vaidade,

        Força sem insolência,

        Coragem sem ferocidade

        E todas as virtudes de um homem sem seus vícios.

        Este elogio que seria adulação sem sentido,

        Se escritos sobre cinzas humanas,

        É somente um tributo à memória de Boatswain, de um cão

        Que nasceu em Newstead, em 18 de novembro de 1808.

        Quando um orgulhoso retorna à terra

         Desconhecido pela glória, mas sustentado pelo berço,

         A arte do escultor exaure a pompa do infortúnio,

         E urnas ornadas registram aquele que descansa a baixo. 

         Quando tudo está terminado, sobre a tumba é visto não o que ele foi,

         Mas o que deveria ter sido.

         Mas o pobre cão, na vida o mais fiel dos amigos,

         O primeiro a dar boas vindas, na dianteira para defender,

         Cujo coração é honesto ao do próprio dono, que trabalha, luta, vive e

                                                                            Respira somente por ele,

          Sem honra se vai despercebido do seu valor, negada do paraíso

          A alma que era na terra;

          Em quanto o homem fútil e insento, tem esperança de ser perdoado,

          E reivindica para si só e exclusivamente o paraíso!

          Oh! Homem frágil, breve inquilino rebaixado pela escravidão ou pelo

                                                                                                           Poder,

          Quem te conhece bem, deve rejeitar-te com desgosto.

          Massa degradada de poeira viva!

          Teu amor e luxúria, tua amizade inteira ilusão, tua língua, hipocrisia,

          Teu coração decepção, por natureza má, dignificada pelo nome,

          Cada irmão selvagem pode fazer-te corar de vergonha.

          Vós! Que por ventura, contemplais esta urna simples,

          Ficais sabendo, não homenageias ninguém que desejais prantear,

          Para marcar os despojos de um amigo estas pedras se levantam;

          NUNCA CONHECI NENHUM, EXCETO UM ÚNICO – E AQUI ELE

                                                                                            DESCANSA”.

                         Newstead Abbey, 30 de 11 de 1808

                                                 Epitáfio para um cão                                                             

                                                                        Lord Byron


                        Lord Bayron é considerado, na literatura inglesa um gênio poético, representante do romantismo inglês. Seus poemas são carregados de muita emoção. Todas que podem ser concebidas pelo coração melancólico, às vezes triste, demonstrando intrepidez, incômodo social e político.

                        Viajou toda Europa com seus amigos escritores, seu amigo médico, Claire Clairmont, quando engravidou de Bayron em 1817. Nasce Alba, mais tarde chamada de allegra que morre prematuramente com tifo.

                        Resolveu morar no oriente nos seus últimos anos de vida. Faleceu em Missolonghi em 19 de quatro de 1824.          

                                           Sol dos insones.

      Sol dos insones! Ó! Astro de melancolia!

      Arde teu raio em pranto, longe a tremular.

      E expões as trevas que não podes dissipar,

      Que semelhança é à lembrança da alegria!

      Assim raio o passado, a luz de tanto dia,

      Que brilha sem com os raios fracos aquecer;

      Noturna, uma tristeza vela para ver,

      Distinta mais distante – clara – mas que fria.        

                                                           Lord Byron

                              Estes pensamentos meus inquietantes, vieram à tona ao ver a cena repulsiva do rapaz numa reportagem do “plim,plim”, mau tratando cães no banho e na tosa. Que “que massa degradada de poeira viva” é esse rapaz. Desventura de a mãe tê-lo como filho. Nossos olhos veem todos os dias coisas assim acontecendo, mas somos impotentes. Veio à minha mente Lord Byron, que sem medo de contaminação, cuidou do seu cão até a morte acometido de hidrofobia, comumente raiva. É muito bom termos exemplos de pessoas simples e também de “Lordes” que amam os animais. Será uma constante em meu blog minha indignação a maus tratos com animais. Que a lousa de boatswaim grite, grite, a quem puder ouvir entender!



                                                                          Clara3amores®

    

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