“Perto daqui
Estão depositados os despojos
Daquele que possuía beleza sem vaidade,
Força sem insolência,
Coragem sem ferocidade
E todas as virtudes de um homem sem
seus vícios.
Este elogio que seria adulação sem
sentido,
Se escritos sobre cinzas humanas,
É somente um tributo à memória de
Boatswain, de um cão
Que nasceu em Newstead, em 18 de
novembro de 1808.
Quando um orgulhoso retorna à terra
Desconhecido pela glória, mas
sustentado pelo berço,
A arte do escultor exaure a pompa do
infortúnio,
E urnas ornadas registram aquele que
descansa a baixo.
Quando tudo está terminado, sobre a
tumba é visto não o que ele foi,
Mas o que deveria ter sido.
Mas o pobre cão, na vida o mais fiel
dos amigos,
O primeiro a dar boas vindas, na
dianteira para defender,
Cujo coração é honesto ao do próprio
dono, que trabalha, luta, vive e
Respira
somente por ele,
Sem honra se vai despercebido do seu
valor, negada do paraíso
A alma que era na terra;
Em quanto o homem fútil e insento,
tem esperança de ser perdoado,
E reivindica para si só e
exclusivamente o paraíso!
Oh! Homem frágil, breve inquilino
rebaixado pela escravidão ou pelo
Poder,
Quem te conhece bem, deve rejeitar-te com
desgosto.
Massa degradada de poeira viva!
Teu amor e luxúria, tua amizade
inteira ilusão, tua língua, hipocrisia,
Teu coração decepção, por natureza
má, dignificada pelo nome,
Cada irmão selvagem pode fazer-te
corar de vergonha.
Vós! Que por ventura, contemplais
esta urna simples,
Ficais sabendo, não homenageias
ninguém que desejais prantear,
Para marcar os despojos de um amigo
estas pedras se levantam;
NUNCA CONHECI NENHUM, EXCETO UM ÚNICO
– E AQUI ELE
DESCANSA”.
Newstead Abbey, 30 de
11 de 1808
Epitáfio para um cão
Lord Byron
Lord Bayron é considerado, na
literatura inglesa um gênio poético, representante do romantismo inglês. Seus
poemas são carregados de muita emoção. Todas que podem ser concebidas pelo
coração melancólico, às vezes triste, demonstrando intrepidez, incômodo social
e político.
Viajou toda Europa com
seus amigos escritores, seu amigo médico, Claire Clairmont, quando engravidou
de Bayron em 1817. Nasce Alba, mais tarde chamada de allegra que morre
prematuramente com tifo.
Resolveu morar no
oriente nos seus últimos anos de vida. Faleceu em Missolonghi em 19 de quatro
de 1824.
Sol
dos insones.
Sol dos insones! Ó! Astro de melancolia!
Arde teu raio em pranto, longe a tremular.
E expões as trevas que não podes
dissipar,
Que semelhança é à lembrança da alegria!
Assim raio o passado, a luz de tanto dia,
Que brilha sem com os raios fracos
aquecer;
Noturna, uma tristeza vela para ver,
Distinta mais distante – clara – mas que
fria.
Lord
Byron
Estes pensamentos
meus inquietantes, vieram à tona ao ver a cena repulsiva do rapaz numa
reportagem do “plim,plim”, mau tratando cães no banho e na tosa. Que “que massa
degradada de poeira viva” é esse rapaz. Desventura de a mãe tê-lo como filho.
Nossos olhos veem todos os dias coisas assim acontecendo, mas somos impotentes.
Veio à minha mente Lord Byron, que sem medo de contaminação, cuidou do seu cão
até a morte acometido de hidrofobia, comumente raiva. É muito bom termos
exemplos de pessoas simples e também de “Lordes” que amam os animais. Será uma
constante em meu blog minha indignação a maus tratos com animais. Que a lousa
de boatswaim grite, grite, a quem puder ouvir entender!
Clara3amores®
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