Muitas coisas que não sabemos
explicar, que vem lá do fundo de nosso íntimo que nos enternece e faz agente
sentir algo de muito bom que inexplicavelmente não sabemos data, dia e hora. Só
lembramos que o momento foi furtivo e encantador.
Havia um lugar que gostava de ir, um
bosque. Lá eu tinha comigo livros para ler ou alguma coisa para copiar, quando
terminava de fazer as duas coisas, deitava na mesa de pedra e ficava olhando
para o céu, vendo-o entre as folhas das árvores daquele lugar que para mim eu
não tinha o privilégio de estar ali. Ficava horas ali deitada olhando para o
céu entre folhas pensando no meu futuro e nas escolhas que eu tinha que fazer.
“A vida não tem chave nem destino”. Mas eu acreditava um pouquinho que tinha e
eu sonhava como uma “normalista linda”, afinal de contas eu era Clara como
tantas outras. Lá escurecia bem mais rápido por causa das árvores frondosas que
olhavam para mim ali naquele lugar que era só meu naquele momento, de tanta
perspectiva sonhadora. Não tenho que falar de negativo de sonhos, afinal, a
vida é tão dura mesmo. Que hoje, eu sei se eu, eu, soube sonhar porque meus
sonhos não entristecia ninguém! A tarde fechava a cortina do céu e a cor sépia
se misturava com a cor verde escuro das árvores e eu juntava meus livros meus
papeis e ia para casa com uma paz que eu penso que só eu a conheço. Descia uma
pequena ladeirinha, passava pelo jardim do professor Régis Pierre “vens de onde?”
e eu respondia passando correndo “se preocupe não, tô indo para casa”, “deveria
estar me ajudando não borboleteando por aí”. E eu continuava vexada. Chegava em
casa, tudo tão tranquilo, meu pai e minha mãe, lá, já com a chaleira no fogo
para o café e meu pai esperando. Tudo isso para mim hoje parece uma mitologia
grega, devaneio ou qualquer coisa assim.
E assim eu vivia em meu apipucos!
Clara3amores® Pensando, pensando, pensando...
Olhando para o céu entre folhas e acácias da janela do nosso quarto, como eu gosto gente!
.Tenho prazer em mostrar o lindo apipucos (significa 3 caminhos), capela em que casei, casa de Gilberto Freire, casas da pracinha de Apipucos, inclusive, o famoso arquiteto Carlos Augusto Lira morou desde 1972. Castelo de Ricardo Brennad, um dos 3 na Vársea lugar espectaculoso de tão lindo. Açude de apipucos, onde andei tantas vezes voltando do colégio, amava passar pelo sangrador do açude que levava a água para o rio Capibaribe, são tantas lembranças que acho que estou ficando velha meu Deus! Minha casa, numa vila chamada Pau d'arco pertinho do açude. Não sou contra o progresso, mas para mim se esse lugar ficasse intacto seria o maior dos progressos.
Clara3amores
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